19 de fevereiro de 2012

Vampiros: eles existem!

Vi este post no canto da AnAndrade e achei que deveria partilhar com vocês. Pois eu não diria melhor!
"Durante a minha vida, tenho-me cruzado com umas tantas pessoas que gostam tão pouco de si, que se prezam em tão diminuta monta, que, para não darem o tilt nem trabalharem a sua personalidade (o que constuiria uma canseira e isso é mal a afastar desde logo), aproximam-se de outras que, de algum modo, acham que as podem tornar seres melhores por contágio e laboram no sentido de lhes sugarem o que querem para si.
À primeira vista e numa primeira (mas curta, porque o tempo urge) fase, são seres dedicados, que parecem dar tudo quanto têm pela felicidade daquele/a a quem querem sugar o sangue e o resto e não descansam enquanto não lhes conquistam a confiança, o que passa por exaltarem o muito que têm em comum com o alvo que têm na calha, por lhe proporcionarem momentos surpreendentes e por concordarem com todas as suas opiniões, elogiando ad nauseam estes e outros atributos.
Mais tarde ou mais cedo, com mais ou menos trabalho, atingem o seu primeiro objectivo: o alvo cede e decide-se a confiar. E como o dito alvo não foi escolhido ao acaso, a confiança é absoluta e a entrega total.
Depois da presa bem envolta numa rede de mentiras e máscaras criadas para o efeito, mantêm a patranha durante uns tempos, para a cisão não ser tão notória; todavia, esta é a meta menos bem conseguida: a persona criada, ávida do alcance do seu objectivo primeiro, crava o dente e começa a sacar tudo quanto pode, de bom e de assim-assim. Cria na presa sentimentos de culpa e de compaixão, manipula-a à exaustão e a teia começa a ficar mais densa, sendo difícil escapar-lhe.
O que este tipo de vampiro nunca perceberá é que é manifestamente impossível retirar tudo quanto tem de bom quem tem, de facto, bem dentro de si. E, um dia, a presa começa a espernear, a reivindicar, a querer voltar a ser inteira. E não há casulo que prenda quem sabe o que é ser livre de demónios e feliz à sua custa, pelo que se libertará seja lá como for.
Uma vez liberta, poderá ainda ser alvo do predador, porque demorará até que perceba a razão pela qual, logo ela, que nunca devolveu a amargura e até cedeu sangue do bom em consciência, para limpar o do outro, já putrefacto, tinha de passar por tanta provação.
Mas o ser humano é uma coisa extraordinária e tem uma capacidade de sobrevivência quase mágica: o sangue começa a limpar-se de impurezas, os ataques não são mais do que alfinetadas menores e a certeza de que de um erro (mesmo dos graves) se podem tirar ilacções (e não só) positivas prevalecem.
O vampiro... o vampiro continuará a atacar almas boas. E a magoá-las. Mas, se pensarmos bem, não passa de um pobre ser quase acéfalo (no sentido em que jamais perceberá que a quimera de se tornar melhor é uma batalha perdida, salvo se alterar a metodologia e partir de dentro para fora), que nunca conseguirá retirar de ninguém aquilo que o tornará melhor: integridade, honestidade, respeito, valores e princípios.
Provavelmente, se algum vampiro me lê, nem saberá em que consistem os conceitos. É que estes, meus amigos, nem por contágio se transmitem, a gente que não possui coluna vertebral."

16 comentários:

  1. Repetindo as tuas palavras: Não diria melhor

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  2. Verdade, não haveria melhor maneira de expor as coisas.

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  3. Surpreendentemente, ficou muito boa e com bom sabor. Mas como lá digo, eu gosto bastante de salsa

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  4. Wow! Adorei... :o Que texto maravilhoso!

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  5. olá,

    grande texto hoje!!!Acho que me perdi pelo meio!
    LOL
    Não fiques triste.

    ; )
    Bjs
    fica bem

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  6. Muito bom e esses não deixam de ser perigosos.

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  7. Eh pah concordo totalmente e vou roubar.

    Beijoca enorme!

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  8. Bem escrito.

    O mais engraçado é quando as duas pessoas envolvidas acham que o outro é que é o vampiro!! ;) Serão ambos vampiros? :P

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  9. Obrigada, Corina!
    Que honra, ver as minhas palavras em cantinho alheio! :)
    Um beijinho!

    (e, em resposta ao comentário do ESpeCIaLmente GaSPaS, é evidente que sim: vampiro, cada um, aos olhos do outro; de todo o modo, não costuma haver essa reciprocidade, feliz ou infelizmente)

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  10. VIm cá parar através do blogue da S. (curioso, agora li que ela ia copiar, eu escrevi quase o mesmo. O texto merece ser plagiado!).

    Mas então quem é o AUTOR?

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Faz deste reino, o teu reino... Não te acanhes, está à vontade! Cá estarei para te ler.