11 de agosto de 2021

It ends with us (opinião SEM & COM spoilers)

 


(Spoilers estão protegidos aquando visualizado em versão Web mas para conseguirem ver basta selecionarem o texto)

No ano passado, eu tinha pedido a vários super fãs da Colleen Hoover para me indicarem os melhores livros dela, vendo as recomendações escolhi três na altura. Este livro, no entanto, foi-me recomendado recentemente pela Momentos de Ataraxia e pelo Uma Leitura e Meia, eles não combinaram mas num espaço de um mês tinham-me recomendado o mesmo livro, dizendo: quero saber o que achas deste! Ora bem e como eu adoro sempre um desafio, tratei de arranjar o livro.

Relativamente à escrita, esta continua super acessível. Quanto à premissa temos um livro à volta da frase: "Sometimes the one who loves you is the one who hurts you the most." Por isso gostaria de colocar aqui o trigger warning/gatilho de relações abusivas.

Temos a nossa personagem principal a Lily, que se licenciou em Business e mudou pra Boston, que encontra Ryle logo no início do livro num telhado de um prédio na cidade. Em conversa descobre que ele é neurocirurgião, arrogante, ambicioso mas também sensível e brilhante... Como seria de esperar encontram-se mais uma vez e no meio disto tudo ele tem uma completa aversão a relações ou compromissos... Mas Ryle não é o único que tem problemas a resolver pois também Lily tem que curar umas feridas antigas.

Este livro para mim está dividido em dois. Na primeira parte, revirei tanto os olhos que acho que fiz todo um TAC cerebral. E porque é que revirei os olhos? A quantidade de clichés foi só incrível...
No início o meu primeiro pensamento foi que seria a típica cena de ele não quer uma relação ou não está preparado para uma mas ela investe demasiado na relação e portanto está todo um caldo entornado. Aliás toda a cena dele lhe implorar uma one night stand? Por...amor...à...santa... 
Nesta primeira parte somos também introduzidos então a outra timeline onde sabemos mais do passado da Lily e, na verdade, foi mesmo esta parte que me fez continuar a ler o livro pois estava a gostar bastante.
Mas quando mudamos para a perspectiva com o Ryle, em primeiro lugar, adorei o facto me ter mencionado que achou muito estranho o facto dele aparecer de scrubs na rua ou ir para casa assim, só que na America é mesmo assim. Não me perguntem porquê porque eu também não sei, LoL.
Contudo, com o Ryle teve um grande red flag, logo na cena de não querer uma relação mas não aceita totalmente a cena da Lily de não fazer sexo mas depois já diz que ela é uma droga, por isso já pode tentar uma relação, e logo a seguir já quer conhecer a mãe dela... isto tudo num muito curto espaço de tempo! Ah! E a cena de sexo a brincar aos médicos? Por amor da santa vezes mil, LoL. Além de que quando eu leio numa personagem que supostamente é cirurgiã, eu já assumo que algo vai acontecer às mãos.Este livro não me desiludiu, LoL.

Depois na segunda parte do livro, entramos então na parte mais pesada no livro, foi nesta parte que prendeu efectivamente a minha atenção. Adorei a componente do porquê de muitas mulheres não saírem de uma relação abusiva mas sim o facto de não questionarmos o porquê do homem ser abusivo, aliás parece-me que o livro foi mesmo escrito à volta desta premissa.
As cenas de violência doméstica estão muito bem retratadas e de facto quando leio o Epilogue compreendo o porquê. 

Contudo e porém, o meu diagnóstico para este livro é que de facto a parte do relacionamento abusivo está feito com cimento e tudo o resto no livro está com fita-cola. O livro podia ser um grande livro com este tema mas ficou um pouco aquém porque tudo o resto parece que foi só atirado para dentro da panela. Percebo, no entanto, talvez o porquê de estar assim... É que chegando efectivamente ao Epilogue, onde a autora nos refere que aquilo é baseado na vida dela e que não só a própria mãe dela passou por uma relação daquelas, como algumas das cenas de violência foram cenas que aconteceram com a mãe. 
Ou seja, muito provavelmente a autora queria era ver o livro pelas costas a certo ponto. Percebo mas tenho pena pois tem uma mensagem super poderosa, já com o título, de que o ciclo abusivo termina então ali. Termina com o nascimento da filha pois não quer que ela cresça num lar abusivo. Adorei também o facto de a autora ter colocado linhas de apoio no final do livro para isso mesmo...

Já leram este livro? Aconselham outro com esta premissa? Ou até mesmo outro da autora que eu ainda não tenha lido?

1 comentário:

Faz deste reino, o teu reino... Não te acanhes, está à vontade! Cá estarei para te ler.