Antes de começar a minha opinião, quero agradecer imensamente à Anatomia do Livro e ao seu podcast maravilhoso por me ter incentivado a ler este livro do autor Norberto Morais! Eu bem que queria participar na leitura conjunta, que a Ana organizou, e ir discutindo o livro mas tal não foi possível... mas eu já explico o porquê.
Em primeiro lugar, mal li o primeiro capítulo apercebi-me perfeitamente do porquê da evangelização fervorosa da Ana. Já tenho falado dela por aqui no Reino (eu até tive direito a todo um episódio no podcast dela) e tornou-se ao longo dos tempos não só numa pessoa amiga mesmo não a conhecendo pessoalmente (ainda), como também uma pessoa a quem as suas recomendações têm peso de chumbo. Porquê? Porque além do sentido crítico da Ana ser exímio, até agora tudo o que ela me recomendou, não desiludiu, como se tornaram em livros favoritos!
Portando, quando comecei a ler e vi que a escrita do autor que, para mim, é única. Percebi logo de imediato o porquê do fervor.
Tenho que confessar que já há algum tempo que não lia autores portugueses, isto porque por alguma razão a oferta que eu via (quando ainda estava em Portugal) era tudo uma literatura que não ao encontro ao meu gosto. Além de que sentia que os autores portugueses estavam a engolir o dicionário e depois o cuspiam para os livros em modo shuffle... mas isso são outras conversas.
O autor Norberto Morais não é de todo assim! A escrita é tão acessível. Que, na verdade, era outro receio meu pois, como disse, já não leio em português há algum tempo. Então ler nessa língua está assim como que enferrujado, LoL.
No início do livro fiz uma associação, isto é, estava a associar o Norberto Morais a certos autores americanos muito conceituados (que não vou mencionar para não ferir susceptibilidades aos cultos dos mesmos) que ao ler parece que a sua escrita transmite uma certa musicalidade. É a minha melhor descrição à sua cadência de escrita, à sua construção pensada de cada frase, tornando cada parágrafo numa verdadeira aventura.
Assim sendo, eu não li este livro... eu devorei a bom devorar!
Eu bem que queria participar numa leitura mais pausada, para ir discutindo os capítulos na leitura conjunta mas, como eu admiti à Ana, o livro parece que tem super-cola 3 na capa e não conseguimos pousar! Dormir? Que é isso quando os olhos simplesmente não conseguem parar naquele parágrafo e saltam para o seguinte sem os mandarmos?
O enredo deste livro desenrola-se em Porto Negro, uma cidade imaginária situada numa ilha tropical. E nesse estilo o autor apresenta-nos um role de personagens simplesmente deliciosas, com tardes de muito calor, as festas, os amores escondidos, desejos apaixonados, amizades até à morte, a calmaria da vida de outros tempos... A história em si é simples mas lá está, da maneira como o Norberto Morais escreve, eu lia a lista de compras dele e era feliz. Além de que, na minha opinião, são mesmo as personagens que quase fazem a história, o que é simplesmente delicioso de ler.
Portanto, não vou contar muito mais do enredo, até porque sendo modesto acho que perde toda a sua piada. Além de que vocês já perceberam que com a sua escrita e descrições, eu senti mesmo que estava em Porto Negro, no meio daquela gente!
Mal fechei o livro, senti logo saudades daquelas personagens e lugares, então porque uma pessoa não gosta de sofrer sozinha, tratei logo de o enviar para a minha mãe, LoL. Agora, deixo-vos aqui a minha enormíssima recomendação para lerem este livro e mal posso esperar para conseguir os outros do autor!
Mais uma vez, muito obrigada Ana pela recomendação e pelo projecto simplesmente fantástico que criaste que incluiu toda uma conversa maravilhosa com o autor!
Agora fiquei com imensa curiosidade de o ler. Não o conhecia.
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