Ora bem, agarrem uma cadeirinha e sentem-se, que este post vai ser assim um tanto quanto… longo. Isto porque estou sempre a dizer que adoro folclore, mitologias, lendas, etc., e apercebi-me que muita gente não sabe que são coisas ligeiramente diferentes. Por isso, aqui a vossa Soberana vai elucidar-vos sobre o assunto e, das duas, uma: ou vocês se aborrecem de morte com o que vou explicar ou então vão aprender a dar uns toques no assunto e as vossas leituras vão dar show de bola.
Vamos então começar pela base de tudo: o folclore.
Ora bem, o folclore é a coleção de histórias fictícias, que pertencem intrinsecamente à descrição de uma determinada cultura, e que foram passadas de geração em geração através da tradição oral.
Para quem gosta de analogias, imaginem que o folclore é um género literário, por exemplo, erótica. É daí que vem todo um conjunto de mitos, lendas e fábulas, que são como subgéneros, do tipo BDSM, gay, paranormal ou até mesmo monster erotica… Estão a perceber a cena, não estão?
Os mitos são, então, histórias de folclore com uma base religiosa. Podem conter criaturas fantásticas ou divindades, sim, mas existe fé ou todo um sistema de crença interligado à história a ser contada. Além de serem usados para explicar o mundo natural, os mitos podem, também conter algum fundamento histórico ou verídico. Vejam o caso da história da Arca de Noé, pois várias religiões/ mitologias contêm um mito de uma grande inundação, por isso, podemos assumir que houve, de facto, na História da Humanidade, um grande dilúvio em determinadas zonas e esta foi a maneira das pessoas registarem esse momento.
Contudo, algumas histórias, especialmente as lendas, podem ser erradamente consideradas mitos. Há toda uma linha que separa mito e lenda, mas essa linha é muito ténue. O elemento chave para se determinar “quem é quem” não é se tem óculos ou bigode, mas é se a história pertence a um sistema de crença ou não. Em caso afirmativo, a história em questão é um mito.
Provavelmente, metade do pessoal já adormeceu a ler até aqui, LoL. Aos que ainda aqui estão, vão fazer mais cházinho porque ainda só vou a meio, ok?
Como disse, lendas são bastante similares a mitos, contudo, as estas são histórias que têm uma fundação histórica. As figuras centrais nas lendas são pessoas que efectivamente existiram a certo ponto e a história foi evoluindo à sua volta, ao longo dos tempos. É basicamente como se fosse a “versão folclórica” da bisbilhotice, e como quem conta um conto acrescenta sempre um ponto, a coisa evoluía como se não houvesse amanhã.
No entanto, essas mesmas lendas eram usadas pelos povos de maneira a ensinar a História do seu país ou a sua própria cultura. Neste caso, um bom exemplo é o Rei Artur de Inglaterra, que criou toda uma secção de lendas arturianas.
E, para finalizarmos, antes que acabe o cházinho… Vamos falar então das as fábulas ou dos contos de fadas, aquelas histórias que têm alguma (ou muita) fantasia. Ele é animais que falam, unicórnios, dragões, fadas, duendes, gigantes, etc.
Este tipo de histórias geralmente contem uma moral, do género “respeita a tua família”, “não contes mentiras”, “não fales com estranhos”, entre muitas outras. E um exemplo perfeito são os contos de Grimm ou Anderson. O facto das obras destes autores terem sofrido alterações ao longo das décadas, deixo para a Nights do Words à lá Carte explicar, que até eu estou cansada agora.
Portanto, se chegaste até ao fim, és dos fortes e não só! Quiçá, também aprendeste algo de novo?
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