"Como foram os primeiros tempos na profissão ou ainda em estágio... se te sentiste mal, se correu lindamente e percebeste que era mesmo aquilo que querias fazer o resto dos teus dias;"
Como já falei do primeiro estágio, vou responder como foram os primeiros tempos quando comecei a trabalhar no Bloco: eu estava aterrorizada! É a mais pura das verdades, LoL. Foi uma injecção de informação como nunca tive... pois apesar de ser competente para trabalhar no Bloco, durante o curso essa vertente não é abordada a sério, por isso tive que aprender muito, tanto a nível de cirurgias, como as variadas anestesias e o vasto material necessário. Aliás só em material cirúrgico tenho toso um glossário na minha cabeça, LoL
Quando nas entrevistas me perguntaram se gostaria de trabalhar no Bloco Operatório, juro-vos que pensei: bem, vou experimentar e se não gostar em 6 meses, eu mudo. E passados 7 anos, cá estamos, LoL. Isso sim, além de já não me ver a fazer outra coisa, já nem sequer me vejo como enfermeira de internamento (por exemplo, enfermarias no hospital).
"Como lidas com o facto de trabalhar por turnos e como conjugas a tua vida familiar com isso..."
Antes de ser mãe, eu adorava fazer tudo. Fazia dias, noites, fins-de-semana... Era muito cansativo pois com a falta de pessoal, fazia muito trabalho extra (que aqui no UK, pagam até ao último cêntimo, uma miragem em Portugal). Apercebi-me também que acho que não conseguia trabalhar das 9 às 5. Nada contra mas adorava trabalhar por turnos. Agora como mãe, tenho horário fixo e trabalho mais aos fins-de-semana pois o Maridão trabalha durante a semana.
De momento não "custa" trabalhar assim com estes turnos mas acho que me vai começar a custar ainda mais quando o Príncipe for para a escola mas já sabíamos que como enfermeiros ia requerer esse tipo de sacrifício de vida familiar e como enfermeiros emigrantes ainda mais!
Contudo, não mudaria em nada. Adoro o que faço, tenho oportunidade de subir na carreira (tanto profissionalmente como financeiramente) e os turnos que temos permitem-nos cuidar do Príncipe e termos estabilidade financeira.
De momento não "custa" trabalhar assim com estes turnos mas acho que me vai começar a custar ainda mais quando o Príncipe for para a escola mas já sabíamos que como enfermeiros ia requerer esse tipo de sacrifício de vida familiar e como enfermeiros emigrantes ainda mais!
Contudo, não mudaria em nada. Adoro o que faço, tenho oportunidade de subir na carreira (tanto profissionalmente como financeiramente) e os turnos que temos permitem-nos cuidar do Príncipe e termos estabilidade financeira.
Por acaso, desde que tivémos o Príncipe e com esta novela mexicana do Brexit, nos questionaram mais que uma vez, se voltaríamos para Portugal... Neste momento, só regressaremos se nos expulsarem daqui ou as coisas ficarem muito, muito más pois seria mesmo difícil para nós não só deixarmos a nossa casinha (que trabalhamos tanto para ter), como deixarmos os nossos amigos, colegas e até mesmo a nossa carreira!
Não sei de todo se conseguiria voltar à realidade portuguesa e isto não sou eu a ser snob, é mesmo com muito respeito e compaixão pelos meus colegas de profissão que estão em Portugal por motivos familiares ou linguísticos... A esses desejo imensa força e espero que o governo português veja que os enfermeiros estão a ser mais que explorados.
7 comentários:
Infelizmente por cá não são só os enfermeiros a passarem por uma situação assim, antes fosse, o problema é que isso acontece em todas as profissões e o que dizem ser uma melhoria, a mim parece-me que isto não está, de todo, melhor. No teu caso também não quereria voltar.
Mais uma vez, obrigada pelas respostas :D
Deixa-me que te diga, com todo o respeito: tu és maluca!!! Eu trabalhei 3 anos por turnos e já estava pelos cabelos. Quem me tira fins-de-semana e feriados e me põe a trabalhar à noite, é como estar a tirar-me os dentes todos a sangue frio. Dava tudo por um 9 to 5 mas, aqui, nem isso, é das 9 às 18, a sair de casa antes das 8 da manhã e chegar quase às 8 da noite, sem tempo para nada. No entanto, depois de 4 meses desempregada, isto é melhor do que estar desempregada. Infelizmente isto está mau (péssimo) para todos. Há 5 anos que ando a saltar de trabalho temporário em trabalho temporário. A vida estável aqui é uma miragem para os mais sonhadores.
Por isso, o meu melhor conselho é: mesmo que vos expulsem daí, vai para outro lado qualquer. Evita voltar a todo o custo. O povinho que cá está dava tudo para não estar. Todos os dias.
Beijinhos,
Joana
panemicbooks.blogspot.com
Ugh, é muito, mas mesmo muito menos divertido que uma novela mexicana. Lamento tudo isto. Estamos numa situação muito parecida, ainda que um de nós é inglês, também estamos a prepararmo-nos para evitar problems caso a situação piora. Mas obrigado por tudo o teu trabalho aqui,e espero que o nosso governo - e o povo inteiro - percebam em breve que estamos a fazer um erro, e mudam o rumo na última hora. ��
Dia de Páscoa, unem-se os afectos
Vive-se o amor, a liberdade, a ressurreição
Liberta-se a alma das tristezas e desertos
Que se transportam no coração
~~
Que o tempo seja sempre mote de reflexão
Que nos corações de todos haja renovação
E que permaneça para sempre o bem estar
Em nome de ambos, desejamos que passem uma óptima Páscoa
Que a o Senhor seja Louvado.
Bjos
Eu não tinha coragem para trabalhar numa profissão dessas...
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Tenha coragem, Amiga. Tudo irá correr bem.
Uma boa semana.
Um beijo.
Percebo perfeitamente. É lutar pelos nossos sonhos e pelo aquilo que queremos para ver resultados, o que em Portugal nem sempre acontece.
Muita força :)
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