30 de março de 2012

Um turno que me ficou no coração


Quando soube que iria ter turnos de 10 horas (seguidas, obviamente), pensei que não iria aguentar e afinal as horas acabam por não custar a passar. Preferia estar já a trabalhar, contudo no período de integração é maioritariamente de observação, até porque ainda me falta ir à consulta da Occupational Health para me darem a autorização para trabalhar em áreas de risco. Terei que fazer análises ao sangue e receber uma vacina… Pobre de mim. O que uma pessoa faz para trabalhar, LoL!

Então nestes primeiros turnos, até estar tudo ultimado e ter todos os assessments (porque aqui, por exemplo, para puncionar no NHS é preciso um curso para tal), tem sido mais de observação. Deixa-me um pouco frustrada porque me faz lembrar os estágios mas por outro lado, ainda bem que assim é porque eu não sei metade dos nomes dos instrumentos. Até mesmo os enfermeiros ingleses dizem que nem eles sabiam no início os nomes daquela coisa toda, quanto mais os portugueses! Então tenho estado a tentar memorizar o máximo de nomes, termos técnicos, medicação e afins, para quando for mesmo “trabalhar a sério” estar muito mais preparada e confiante. Nesse aspecto (e muitos outros) os ingleses não brincam em serviço…

O que eu vos queria contar mesmo é que após alguns turnos, o que faz com que as horas passem bem ou não custem tanto a passar, é efectivamente a equipa onde estamos. Houve então um turno desta semana que me vai ficar no coração. Conheci um TSW (que é o homónimo a um auxiliar especializado em Portugal), um amor de pessoa, que me ensinou muito, riu-se das minhas piadas estúpidas, orientou a minha postura no serviço, meteu-se comigo para não estar lá feita parva a olhar, aconselhou-me nesta minha nova etapa… É daquelas pessoas que ficam logo no coração, tal é o carinho! Fiquei mesmo feliz por saber que existem pessoas assim no meu serviço. Obrigada senhor I., com certeza ao longo da minha vida profissional (e até pessoal) irei lembrar-me muitas vezes do que me disse e ensinou!

28 de março de 2012

Digam de vossa justiça


Eu e o Mais-que-Tudo estamos em serviços diferentes. A manager dele, disse-lhe que em 20/25 anos, ele é o primeiro enfermeiro (homem) que aparece para trabalhar naquele serviço!

Deverei ficar preocupada? LoL.

26 de março de 2012

Uma cidade debaixo do hospital



A primeira coisa que nos disseram, mal chegámos ao serviço, foi que não necessitávamos das tais fardas maravilhosas pois iríamos usar as "scrubs" que são bem mais confortáveis e não temos que levar para casa. Sim, porque aqui têm o hábito de levar as fardas para casa para lavar, ao contrário de que em Portugal, é o hospital que lava as fardas. Tal como já vi pessoal fardado no autocarro, nos carros ou simplesmente a chegar fardado ao hospital, o que me causou assim uma impressão bastante grande porque só pensava nas aulas sobre as infecções nosocomiais. Não só isso, o facto de lavarem em casa tem muito que se lhe diga porque quem tem bebés ou crianças pequenas ou até mesmo idosos, é um risco! Mas nenhum sítio é perfeito porque se fosse toda a gente ia para lá, LoL. Passando as imperfeições à frente…

Quando entrei no serviço fiquei de boca aberta! Aliás até mesmo quando entrei no hospital, acho-o muito bonito, como se fosse possível achar um hospital bonito mas este acho. Montes de janelas, boa iluminação, uma decoração de nada sombria. Em suma, um bom sítio para se trabalhar. O serviço em si, é simples porque também não pode ser sítio de muitos aparatos, tem é muitos corredores, muitas salas, muitas arrecadações e cheira-me que nos inícios se não andar acompanhada vou-me perder, LoL. Daí eu dizer que parece mesmo uma cidade debaixo do hospital!

A manager, super bem-disposta e simpática, apresentou-nos o serviço, a algumas pessoas, o nosso chefe (pessoa importante para se conhecer) e sem mais demoras, atribuiu-nos a alguns enfermeiros. Alguns ficaram com enfermeiros portugueses (sim porque no serviço onde estou existe uma equipa portuguesa considerável, volta e meia, a gente encontrava alguém a dizer “olá” em vez de “hello”) e outros ficaram com enfermeiros ingleses, como foi o meu caso. Eu fiquei com uma enfermeira especialista, que me esteve a explicar mais ou menos a dinâmica do serviço, os passos a dar, os registos a fazer, a burocracia, etc. Claro que a meio da manhã já estava com a cabeça em água tal era a montanha de informação, no entanto, tentei ao máximo mostrar-me disponível em ouvir… Admito que fiquei um bocado assustada com o que ainda me falta saber e só espero estar à altura do serviço.

Chegou perto do intervalo da manhã e ela fez-me a pergunta de há quanto tempo eu estava no Reino Unido. Achei estranha a pergunta mas disse há uma semana, ao qual ela me diz surpreendida: “Uma semana? Então há quanto tempo tens inglês? É que falas muito bem inglês, mesmo!”. Ai, que riqueza. O meu ego foi lá para cima! Estava mesmo preocupada que as pessoas não me percebessem por causa do sotaque ou porque ainda falo um pouco a gaguejar ou ainda me esqueço de certas palavras, ou seja, ainda não me sai naturalmente. Pelo menos é o que eu acho mas após ela me ter dito aquilo e me ter dito que apesar de obviamente eu ter um pouco de sotaque, comunicava muito bem, então senti-me muito mais confiante para meter-me com os doentes que apareciam.

Houve um senhor que se destacou porque fui ter com ele perguntando se estava tudo bem, se precisava de algo e ele pergunta-me ainda meio a dormir de onde é que eu era, então respondo-lhe que sou do belo do Portugal, ao qual ele diz: “Portugal?! Ai mas que ricos vinhos… Você tem vinho? É que eu pago-lhe se me trouxer vinho de lá!” LoL. A esta pergunta só podia haver uma resposta: “Você quer tinto, branco, porto ou moscatel?” Quando lhe fiz esta pergunta na brincadeira, os olhos dele brilharam e parecia que estava no céu, LoL. Pelo que me apercebi na conversa com os doentes, é que tanto a nossa bebida como a nossa comida são muito apreciadas, pena é a nossa exportação não ser a condizer. E lembram-se de eu dizer que no meu serviço tinha uma equipa considerável de portugueses? Não é que quando eu fui levar este mesmo doente a um serviço diferente, a enfermeira que o veio receber era portuguesa? Quase que se podia falar só português neste hospital, LoL.

Claro que estou a exagerar um pouco mas estando a falar com colegas enfermeiros que já estão a trabalhar há um ano no hospital, que no hospital inteiro devem haver pelo menos 100 portugueses porque volta e meia, reúnem-se, fazem jantaradas, etc. No entanto, uma das recomendações feitas pela manager foi mesmo não falarmos português enquanto estivermos de serviço, que já tinha havido uma reclamação (feita por colegas) porque alguns enfermeiros na sala de convívio falaram na sua língua materna (não necessariamente portugueses) e os restantes colegas que não percebiam consideraram uma falta de respeito. Não discordo mas que é esquisito falar inglês com alguém que sabemos que é português, é sim senhora! Até mesmo entre nós, o grupo novo, tínhamos que falar inglês e era muito estranho, LoL.

Fora isso, ainda não sei quem vai ser o meu “mentor” para a integração ao serviço e muito menos em que departamento vou ficar, só espero que me calhe assim uma coisa fofinha. Ainda é um sentimento de muita incerteza, não sei se por ser o primeiro trabalho ou se por ser num país com leis diferentes ou ambos, se bem que estou mais inclinada para a terceira opção.

Até agora pareceu tudo muito simpático, vamos a ver com o tempo…


Nota: eu avisei que iria ser um testamento, LoL.

25 de março de 2012

A vontade pode ser muita mas o cansaço é maior...

Pois é, a vontade para sair pode ser muita mas o cansaço era mesmo maior. Não só nós, como com quem íamos sair, ainda não era meia-noite e já estava tudo a bocejar, com vontade de se ir aconchegar para a caminha. Aliás foi a primeira vez desde que cheguei ao UK de que dormi sem despertador, LoL. A noite inglesa fica para uma próxima, até porque recebemos um convite para ir à noite tipicamente londrina, coisa que iremos cobrar com certeza!

Agora vou dar uma de fada do lar e aspirar o mini-quarto, arrumar as mercearias, para a seguir conseguir ler um pouco porque vamos ter um teste para a próxima semana. Eu a pensar que o estudo intensivo já tinha ficado para trás e que os testes agora seriam uma ilusão. Nada disso, vão ainda submeter-nos a um teste ao que eu percebi de drug calculations outra vez, gestão de medicação, transfusões de sangue... Até me cansa a cabeça só de vos contar.

24 de março de 2012

TW

Na semana passada quando fomos visitar a cidade onde vamos mesmo ficar, tive a felicidade de encontrar sushi na cidade. Já não comia há imenso tempo, por isso aproveitei ao máximo (tradução: comer grande pratada) e até experimentei pela primeira vez o tão famoso "fortune cookie"!
Outra grande novidade da semana, além do cansaço extremo, é que já temos o nosso cartão de identificação do hospital, eheheheh.


Contudo, hoje também fomos à cidade onde vamos ficar, mesmo para ir ver, o que me pareceram a mim, um milhão de casas... Pode ser que este processo esteja quase a acabar mas quando esta fase acabar, começa logo outra: procura de mobília! LoL.


Eu sei que vos prometi um post versão testamento, só que hoje o grupo combinou uma saída à noite inglesa e a inspiração não é muita, estou mesmo a precisar de desanuviar ou como se diz lá na terrinha: arejar a pevide. Pubs e clubs nos aguardam! Prometo também um post sobre a minha primeira noite inglesa, vá. LoLoL.

23 de março de 2012

Tugas à vista!

Nos primeiros dias como andámos a explorar um pouco a cidade, acabámos por descobrir um restaurante português! Eu nem queria acreditar, fica a 2/3 minutos a pé das nossas residências e o que é que eu fui logo lá fazer? Tomar o belo do café! Só vos digo uma coisa, parecia uma drogada, parecia que não via café há anos quando fiquei apenas um dia sem tomar, LoL. Mas soube lindamente!

Para quem não sabe, os ingleses não sabem o que é café, tive essa experiência quando vim ao UK pela primeira vez e é uma infelicidade porque eu adoro o meu cafézinho depois de almoço…
E qual era o café português que não tem uma foto do Eusébio e do Pinto da Costa? Pois é! Mesmo no estrangeiro isto não se brinca em serviço, eheheheh.

Mais-que-Tudo e o sr. Pinto da Costa
Euzinha e o sr. Eusébio

22 de março de 2012

O (verdadeiro) primeiro dia

Hoje foi o verdadeiro primeiro dia de trabalho pois hoje fui ao serviço fazer o meu primeiríssimo turno supranumerário. O que tenho a dizer sobre o serviço? É grande, tem montes de áreas, montes de portugueses lá a trabalhar já (sim, porque até pessoal que estudou na minha Escolinha eu encontrei lá! O mundo é mesmo uma ervilha, LoL) e muita coisa para aprender!
Estou é exausta e daí o post de hoje ser assim mais para o curto mas isto de estar quase todo o dia em pé (sem as minhas ricas meias de descanso), acordar às 5 e tal da matina, não dá com nada... Estou de rastos.
O post versão testamento fica para depois, agora é um belo de um banho e caminha!

21 de março de 2012

You are my sunshine...

O pessoal que está em Portugal tende muito a fazer uma pergunta curiosa: “como está o tempo aí?”. Mais vale responder aqui e assim a pergunta fica respondida de uma vez, não acham? LoL.
Até agora só apanhei um dia cinzento, tendo chovido apenas uns minutos e parou logo, de resto é um solzão quentinho. À noite fica é um bocado frio, nada que não estivéssemos habituados na nossa Bila mas há pessoal que veio mais do centro/sul de Portugal e então eles sentem uma grande diferença.
A diferença que nós sentimos é que os edifícios estão muito bem preparados para o frio e só para terem uma noção, eu desde que cheguei ao meu quarto (na semana passada) ainda não liguei o aquecimento porque senão morria de calor, LoL.

Hoje gostaria de aproveitar e agradecer a todas as pessoas que comentaram estes últimos posts pois agora com tanto para falar, tenho feito posts assim para o grande. Além claro de todos os súbditos que vieram desejar-me boa sorte nesta minha nova aventura. Fiquei mesmo imensamente sensibilizada, aliás até me deu uma força extra! A vocês todos um imenso e sentido obrigada...
Gostaria também de pedir desculpas a várias pessoas por não ter tido tempo para fazer os desafios a que me propuseram ou de publicar os selinhos que me oferecem com tanto carinho. Espero ainda conseguir um pouco de tempo para fazer a ronda pelos vossos cantinhos que eu gosto tanto de ler e ir comentando. Eu não desapareço no meio de tanta papelada a tratar, não se preocupem!

20 de março de 2012

O primeiro dia

Ontem foi o nosso primeiro dia de “trabalho”! Vá, não foi bem trabalho porque ainda estamos em integração, ao que eles chamam de induction, que é completamente diferente da integração em Portugal pois é na verdade várias palestras dos mais variados assuntos do hospital, desde os Recursos Humanos passando pela Medicina Ocupacional até ao Suporte Básico de Vida.
Pensava eu que na integração estaria só o nosso grupo de enfermeiros portugueses (sim porque eu vim com um grupo de 20 pessoas) e pouco mais. Nem pensar, toda a gente que começa a trabalhar no hospital (desde o porteiro ao director clínico) passa por este tipo de integração, daí ter enchido completamente a sala de conferências do mais variado pessoal.
Tinha, além de toda a informação que eles iriam falar em packs distribuídos pelos lugares, disponível café, chá e chocolate quente, tudo à descrição, mas o que me chamou mesmo à atenção foi mesmo o chá que eu bebi e tinha um aspecto assim para o estranho, que é o normal aqui ter assim uma coloração assim para o turva contudo era bastante saboroso, do género o nosso chá preto mas a parecer água de esgoto, LoL.
Na apresentação da organização, além de enfatizarem o objectivo principal do hospital (give care and support with a smile), falaram também que a Medicina Ocupacional fornecia consultas (obviamente, gratuitas) de vigilância da pele por causa da lavagem consecutiva das mãos. Eu nunca ouvi falar de tal coisa em Portugal, daí ter ficado deveras surpreendida!

Hoje também tivemos palestas e demonstrações, fazendo os mini-cursos que eles consideram essenciais para poder-se trabalhar num hospital, que é um mini-curso de combate a incêndios (no hospital, claro), de suporte básico de vida, de gestão do risco… E digo-vos uma coisa, eu em 45 minutos do mini-curso de suporte básico de vida aprendi mais do que em 4 anos na Escolinha. Tinham bonecos realistas e ambus para todos experimentarem, para todos terem uma noção prévia de como fazer as coisas e acabei por gostar tanto que perguntei ao senhor que nos deu o mini-curso (que pertencia à unidade de ressuscitação do hospital) como poderíamos tirar um curso mais intensivo com certificado, ao qual ele me responde: quando eu quisesse, gratuitamente e depois de eu falar com o meu enfermeiro-chefe para ele me dar o dia necessário. Gratuito? Com certificado autenticado sobre o regime europeu? Estes ingleses são malucos… Eu vou estar constantemente a fazer cursos por este ritmo, LoL.

Assim na vertente mais pessoal, a adaptação está a correr melhor (pelo menos até agora), ainda estou nas residências temporárias mas avidamente à procura de casita e os ingleses já podem falar rápido que eu entendo-os perfeitamente, no entanto, se forem pessoas com um sotaque assim para o cerrado, a coisa muda de figura, tendo a pessoa que falar um pouco mais devagar para eu entender. Aliás, tivemos um caso prático ainda ontem, quando fomos buscar um take-away (muito usual no UK ir buscar comida, em alguns restaurantes é barato e como nós nem panelas temos, dá jeito para variar das belas das sandes) a um restaurante que tinham dois senhores a atender de sotaque bastante cerrado, enquanto estávamos à espera (porque eu tento aproveitar e falar com as pessoas, conhecer e essas coisas) pergunto de onde são e eles respondem-me que são ambos da Turquia. Meto-me com eles a dizer que eles nos tinham eliminado numa competição de futebol há uns anos e eles perguntaram-nos que dois portugueses faziam ali. Respondemos-lhe, com eles sempre espantados com o que dizíamos, que éramos enfermeiros, que não havia trabalho para nós em Portugal e que viemos tentar a nossa sorte para trabalhar. O senhor com o sotaque mais cerrado disse que conheciam vários portugueses e disse: “they are all nurses” (são todos enfermeiros). Só que com o sotaque cerrado percebemos “they are all nuts” (são todos malucos), LoLoLoL. Eu e o Mais-que-Tudo começamos logo a rir e eles, muito sérios, sem perceber a piada mas quando lhes explicámos o que tínhamos percebido também se fartaram de rir.
Fez-me pensar cá para mim, será que se nota assim tanto o meu sotaque? Com certeza terei algum sotaquezito mas queria que não fosse muito cerrado para me perceberem correctamente… Com certeza com o treino a coisa vai lá.

18 de março de 2012

Ainda em viagens...

Hoje fomos visitar o hospital e a cidade para onde vamos mesmo trabalhar, que ficam noutra cidade.
Pode parecer-vos um pouco confuso mas é como se fosse um grande hospital dividido em dois, localizados em cidades diferentes, tendo entre hospitais um mini-bus que é gratuito para os trabalhadores que demora 30 minutos. Não que a viagem do hospital 1 para o hospital 2 seja chata porque não é e faz-se bem, é só mesmo a "viagem" das residências para o hospital 1 que lixa o esquema todo, no entanto, também já estávamos a contar não ficar muito tempo nesta cidade onde estão as residências provisórias.

Ontem estivemos a experimentar as fardas que nos deram... Tenho ideia, pelo o que percebi, que nem sequer as vou usar pois vou usar as scrubs do serviço. Mas só para terem noção do horror da coisa:


Além de me ficar enorme (porque me deram o número errado), parece uma farda de empregada de limpeza com o acrescento daquela abazinha no final, já dava para ser um vestido! LoL. Assim para o horrorosa mas é habitual darem umas fardas assim ao pessoal que chega, eu não vou usar esta (graças a Deus), porém há colegas que não tiveram tanta sorte... Coitadas, LoL. Engraçado foi ver o Mais-que-Tudo na mesma túnica pois o hospital também se enganou nas fardas dele e deram-lhe fardas femininas, LoL! Fica mesmo fofinho, ahahahah.
Note-se também ali atrás as minhas duas malas, a abarrotarem como seria de esperar, com tão pouco espaço.

17 de março de 2012

Já em terras de sua majestade

Por fim, chegamos. Digo "por fim" porque as viagens foram assim para o puxadote... Começamos por sair da Bila à meia-noite, ficamos no aeroporto até à hora do voo, às 6:30 da matina estávamos a entrar no avião, passadas duas horas aterrávamos em terras de sua majestade e, finalmente, 1 hora de viagem num mini-autocarro até às residências onde vamos ficar a título provisório. No entanto, as nossas viagens não ficaram por aqui porque como chegámos relativamente cedo, apesar destas andanças, às nossas residências ainda fomos explorar um bocadinho a cidade, comprar essenciais e visitar o hospital para pelo menos saber o caminho.

O que resultou disto? Resultou que ficámos perto de seis horas no aeroporto, o que vale é que entretanto começou a aparecer pessoal que ia no mesmo voo e sempre deu para conversar, conhecer e assim o tempo passou rapidinho. Quando fomos fazer o check-in, as minhas malas passaram o limite previsto por 3 quilos cada uma! O que vale é que não disseram nada e não tive que pagar porque senão era bonito pois o regulamentado é 20€ por quilo, LoL. Estão a imaginar, não estão? A viagem de avião foi do género montanha-russa tal era a turbulência, houve até uma vez que eu estava a dormir sossegadinha a tentar recuperar um pouco e até acordo sobressaltada tal foi a movimentação mas chegamos bem e era isso que interessava. O pior mesmo foi uma das raparigas do grupo, que vem trabalhar para o hospital, que uma das malas não chegou e eu não me imaginava na mesma situação pois ficava sem a minha roupinha e as minhas coisas! Depois disso foi a viagem num mini-autocarro para levar 20 pessoas com uma bagageira muito pequena, então as malas também mereceram um assento, qual tratamento VIP qual quê, LoL. Quando chegamos às residências começamos por receber algumas informações para depois tratar da papelada, depois fomos levar tudo para o quarto para nos acomodarmos. As residências são do género residências académicas, tem um quarto pequeno, uma casa-de-banho que é ainda mais pequena aliás mesmo minúscula (pois o pessoal na brincadeira chama-a de "casa-de-banho de avião", só para terem uma noção) e temos que dividir a cozinha com mais 7 pessoas (que depois ficámos a saber que são também enfermeiros). Dá perfeitamente para uma acomodação provisória, ou seja, para o tão português desenrasque mas obviamente estamos mortinhos por ter o nosso cantinho, por isso já estamos avidamente à procura. A seguir a arrumar tudo, fomos explorar e comprar o essencial (sempre fazendo a conversão para euros), para depois fazer o caminho até ao hospital para não nos perdermos. Acabou por resultar numa caminhada de quase uma hora, quase sempre a subir e a chuviscar! Para regressar viemos por autocarro e demoramos dez minutos, LoL. Não é difícil perceber que durante o tempo que estivermos nas residências, para ir para o hospital, vamos é de autocarro porque senão quando formos trabalhar já vamos cansados !

Ontem à noite, quando nos fomos deitar, a saudade bateu muito forte no coração cansado... Mas já sabia que iria ser assim, além do extremo cansaço (pois estivemos mais de 30 horas sem dormir) foi muita coisa ao mesmo tempo, muita coisa a assimilar. Apesar das lágrimas, é minha vontade estar aqui, trabalhar e começar uma vida a dois, só que é normal sentir saudade e sentir o choque de estarmos (totalmente) sozinhos pela primeira vez. Não é fácil mas já estávamos a contar que o início custasse um pouco mais... No entanto, tenho o Mais-que-Tudo comigo e apoiamo-nos um ao outro.

Hoje a moral já está bem melhor, fomos explorar o centro da cidade (que fica a 5/10 minutos a pé das residências), comprar um número inglês, ver as lojas disponíveis, almoçar qualquer coisa e estar um bocado no relax porque também merecemos, LoL.

15 de março de 2012

As despedidas

Como recebemos a notícia que íamos trabalhar no UK com bastante antecedência, tivemos assim tempo de fazer as devidas despedidas. Pudemos assim marcar jantares de despedida, onde a diversão e a boa disposição foram rainhas da noite, tanto com amigos como com família.


Com os amigos, depois de muita (mas mesmo muita) comida, bebida da boa e companhia a condizer, o que poderia resultar? Uma noite espectacular, cheia de risos, parvoíces, gargalhadas, brincadeiras e vá-se lá saber que mais! Diverti-me imenso e ri-me a bom rir! Além de que tenho em minha posse fotos que se alguém quiser concorrer para um cargo político posso sempre fazer chantagem. Estou só a avisar… LoL.


Também tivemos oportunidade de nos despedir de amigos de longe (nomeadamente a santa da Afal) que não poderiam deixar de dar um beijinho e muita força para esta nova etapa. E ainda, da minha afilhada (de Enfermagem) desnaturada e da caloira revolucionária que a irei tratar como pseudo-afilhada! Eheheh. Também elas já fazem contas à vida e também começam a pensar que o estrangeiro é melhor do que empregos precários e país sem carreira em Enfermagem.


Com a família, ai com a família… Ui, ui! Quando a Máfia dos Primos sai à rua, somos um turbilhão, causamos sensação para onde quer que vamos, somos esclarecedores (pois em que outro lado se apreenderia a função do cotão do umbigo), somos também barulhentos mas extremamente divertidos, até quando há uma da manhã fazemos uma tour a pé pela Bila e com temperaturas perto de zero!

Em último e porque os últimos são os primeiros: os meus pais, a minha avó e o meu irmão. Ainda fiquei para o aniversário do meu irmão e da minha mãe, o que já não foi mau mas principalmente a eles não foi um “adeus” mas um “até já” sentido. Já falei aqui que sem o apoio incondicional da minha família, nada disto teria sido possível, por isso não me vou repetir senão molho o teclado, ok? Também me vai custar imenso deixar a minha Mikas (a gata) e a minha Princesa (a cadela)… Quem tem animais de estimação, entende-me, pois elas fazem parte da família e eu vou ter imensas saudades! (sim, a minha gata está em cima do aquecedor e naquele momento estava ligado, LoL)


Claro que estas foram supostamente as despedidas mais marcantes mas acho que uma pessoa que vai começar a viver num país diferente, tem que dizer adeus (ou pelo menos um “até logo”) a muita coisa. Uma das coisas que vou sentir mais saudades é mesmo do nosso cafezinho português. Epá, quem me tira o café depois de almoço, tira-me tudo. Vou ter que fazer como com a medicação: ir fazendo o desmame (sempre adorei esta palavra). Além claro do hábito de ir mesmo a um café, pegar numa revistinha ou no jornal e ler, ou então jogar à sueca, enquanto se toma o real do café.
Uma das despedidas mais sentidas foi da minha rica caminha e da minha almofada! Não gozem, sim? Porque a minha cama tem mel que é uma coisa doida e a minha almofada é muito boa, LoL. Uma despedida não muito sentida é com certeza às pessoas que quando lhes dizia que ia trabalhar para o UK, que ia basicamente emigrar com o Mais-que-Tudo, me diziam com um olhar de pena e sofrimento: “tem que ser, não é?”. Sinceramente, acredito que não o faziam por mal mas deixava-me um pouco fora de mim e cheia de nervos. Já passou, vá.

Apesar destas despedidas todas, acho que ainda não estou em mim. É um pouco difícil de explicar mas como eu me conheço bastante bem, já sei que só vou cair na realidade quando estiver para entrar no avião. Talvez porque penso: pronto, é agora, já não posso voltar atrás. E começo a chorar que nem uma perdida, aliás já da última vez foi assim, a minha sorte é que desta vez o Mais-que-Tudo estará comigo.
Bem, agora com as despedidas feitas... Aqui vamos nós por este mundo fora!

13 de março de 2012

O começo de uma nova aventura

Disse que tinha notícias e assim é. Então, venho por este meio comunicar a boa nova: já tenho emprego e o Mais-que-Tudo também!
Fomos ao screening (ó para mim, a meter inglês na conversa), passámos com distinção, ficando assim apurados para a entrevista. Os testes (do screening) foram um pouco diferentes, eram dois testes, um era as drug calculations e o outro era uma “composição”, quer dizer, eu chamo-lhe composição mas oficialmente é o literacy test. Acreditem quando vos digo que eu tremia a escrever tal era a ansiedade!
Infelizmente, não existem provas fotográficas mas juro-vos que fomos os dois de fatinho para a entrevista. Todos executivos, pois é! Quando chegou o momento da entrevista em si, os meus maiores receios não era eu falar mal porque eu tenho consciência de que tenho um bom inglês, no entanto, tinha receio que colocassem um cenário clínico do arco-da-velha. Mal entro, vejo que são dois homens que me vão entrevistar, ambos simpáticos mas achei bastante intimidantes… Se me perguntarem ao certo as questões que me fizeram só as consigo dizer por alto. Não sei se era dos nervos mas acabei por me esquecer da maior parte, LoL.
Então mal entro, tento quebrar o gelo (mais para me deixar mais à vontade que outra coisa), pergunto-lhes o que estavam a achar de Portugal e que quando tivessem oportunidade tinham que passear pela cidade, aproveitar o sol. Ambos os senhores eram muito simpáticos e afáveis, então depois de quebrar o gelo, meu dito meu feito, fiquei mais à vontade e a partir daí foi sempre a falar até me calarem. Perguntaram-me o porquê de estar a concorrer para o Reino Unido, porquê para aquele hospital, falar um pouco sobre mim e depois as perguntas mais técnicas (Clinical Governance, Care Quality Commission, Scope of Practise…), além claro do cenário clínico, do qual estava a fazer um bicho-de-sete-cabeças e afinal foi relativamente fácil. Claro que sendo a Corina a ser entrevistada, tinha que ser especial e por isso no meio da entrevista meti futebol pois queria dar-lhes um marco para a Bila, acabando por mencionar que era a terra natal do Simão Sabrosa (que jogou no Reino Unido durante uns tempos), o impressionante é que eles são fãs de futebol, conheciam o jogador e ficaram curiosos com a cidade. Se o turismo da Bila aumentar e se o Simão Sabrosa for outra vez jogar em Inglaterra, não têm de quê, ok? LoL.
No final da entrevista eles disseram que gostaram muito da minha personalidade, que percebiam perfeitamente os meus nervos pois somos todos humanos e não máquinas. Gostei especialmente quando me disseram isso… Muitas vezes esperam que nós estejamos impávidos e serenos mas isso é impossível, a ansiedade é inevitável, principalmente e acima de tudo numa entrevista de emprego porque queremos ser bem sucedidos!
Tivemos que recusar outras entrevistas que iriam acontecer na mesma semana mas ainda bem que o fizemos pois entretanto, os senhores telefonaram-me a dizer que tinha sido aceite num hospital novo com tecnologia de ponta, para começar a trabalhar agora em Março! Quando desliguei o telefone, pensei que nada podia ser melhor. Como estava errada, minha gente... Passados uns minutos, o Mais-que-Tudo conta-me que tinha sido igualmente aceite para o mesmo hospital!

Inglaterra nos espera... Vamos a isto!

12 de março de 2012

11 de março de 2012

Ódio de estimação n.º 21


Espirrar com a chávena do café na mão e não ter tempo de a pousar... Ai que nervos, minha gente!

10 de março de 2012

Coisa linda do meu coração!


Estive a pensar... Se tu és uma metade de mim, assim sendo, tu és a parte mais linda do meu ser!

9 de março de 2012

Os meus cadernos


Os meus pensamentos descorrem-me muito melhor passando para o papel. Se eu vos dissesse que muitos dos posts, deste Reino (não que escreva grande coisa mas gosto), passaram pelo papel, vocês acreditavam? Parece que consigo expressar-me muito melhor escrevendo com um papel e uma caneta do que ir clicando no teclado. Não que seja do género de pessoa que demora uma hora para escrever uma frase no computador, aliás eu até escrevo relativamente rápido mas nunca considerei a mesma coisa.
Deve ser por isso que tenho esta "febre" por cadernos e blocos... Neste momento tenho uma caixa cheia de cadernos que fui coleccionando ao longo dos tempos. No entanto, ainda só utilizei dois porque como gosto tanto deles, até me sinto mal a escrever neles, LoL.
Tenho a sensação que isso vai mudar em breve!

8 de março de 2012

Ai se vos pego!

Gostaria de encomendar um desvario alimentar, se faz favor, aqui para a menina que está redonda mas com uma depressão alimentar... O desvario será composto pelo seguinte:

Donuts!

Um crepezinho destes era muito bem-vindo.

Ai, sushi... Há quanto tempo não como sushi...

Umas belas dumas panquecas.

Morangos com natas, adoro!


Nota: peço imensa desculpa se no final deste post vocês ficaram sem teclado, tal é a baba! LoLoLoLoL. Bela forma de celebrar o Dia da Mulher, não? Eheheheheh.

7 de março de 2012

Borboletas e eu


Eu e as borboletas não temos uma relação muito boa... Eu gosto muito de as ver e assim pois são lindas, tendo algumas cores maravilhosas! Porém, eu fui "educada" com a crença de que as borboletas dão azar, ou seja, não tenho brincos, colares, pulseiras, roupa... com borboletas. Eu sei que é uma estupidez mas agora já não consigo gostar de borboletas, LoL.

Há mais alguém com este desvario?

6 de março de 2012

Ódio de estimação n.º 20

Quando fazem reportagens em Trás-os-Montes e Alto Douro, porque raio é que só entrevistam velhotas ou pastores? Depois não admira que para lá do Marão, o pessoal pense que isto é só matagal e casas de xisto! E quando aparece um jovem, é do género: escacar pedra.
Odeio… mesmo, pois até os media nos menosprezam e Trás-os-Montes tem tanto para dar que vocês nem imaginam!

4 de março de 2012

Conversas Improváveis

Já devem ter visto, mais não seja a anunciar, o novo programa da SIC, as Conversas Improváveis. Os primeiros foram o Ricardo Araújo Pereira e o Marcelo Rebelo de Sousa (que foi uma conversa espectacular, na minha opinião) e a seguir foram o Manuel Alegre com o José Cid.
Acho um programa com um propósito extremamente interessante pois é muito raro ver estas personalidades juntas, por isso, estive a pensar e gostaria de aconselhar uma próxima parelha: Odete Santos e Pinto da Costa. Que tal? LoLoLoL.

E vocês, que parelhas aconselhavam
ou que gostariam de ver para uma Conversa Improvável ?

3 de março de 2012

Conversas à mesa n.º 16

Estou eu e a minha Mãe, a ver nas notícias os vestidos dos Óscares, quando aparece uma celebridade qualquer, com um vestido assim para o justinho.

Mãe, assim com um tom surpreso: "Olha, nota-se ali uma barriguinha... Será que está grávida?!"

A minha pessoa com a maior das naturalidades: "Ó Mãe... Já pensaste que se calhar a senhora está obstipada?"



Nota: hoje a Mãe faz anos! Parabéns à velhota, eheheheh.
Nota da nota: muito rumor de gravidezes já foi feito por causa da falta de idas ao trono, LoL.

1 de março de 2012

Dos contos de fadas para a vida real


Era tão bom que a vida fosse mais como os contos de fadas… Não tanto pelos “finais felizes” mas mais pelo facto de conhecermos desde início o vilão. Conhecemo-lo, sabemos quem é e quem temos de evitar. Sim, porque o meu sentido de vida não é derrotar quem quer que seja, aliás quem me dera a mim que me deixassem em paz. É que essas pessoas não vivem nem deixam viver!
Efectivamente, há pessoal que dava um bom lobo mau, uma excelente madrasta malvada ou, ainda, uma bruxa má. Claro que eventualmente nos apercebemos que o são, no entanto, era simpático que se identificassem de antemão, logo desde início tal como nos contos de fadas…