28 de abril de 2020

Ler faz bem: 7 razões


Principalmente na comunidade livrólica, eu acho que a frase "Ler faz bem" é mais do que óbvia. Contudo, mesmo assim decidi partilhar com vocês algumas razões de que ler faz efectivamente bem e que pegar num livro é fantástico!

1 - Ler pode ajudar a aumentar a tua longevidade

Eu costumo dizer que hoje em dia há estudos para tudo e efectivamente houve uma universidade americana que fez um sobre este tema. Os resultados foram os esperados, que ler os livros contribuiu para uma "survival advantage". 
Que muito honestamente, pensem bem, povo que lê distopias está mais do que preparado para um cenário pós-apocalíptico. "O quê, voluntário para lutar até à morte numa arena? Não me parece... podem já acabar com isso." Ou até mesmo pessoal que lê horror tem ali o coração prontíssimo para os cenários mais gráficos, LoL.
Agora a sério, ler promove empatia e aumenta a nossa inteligência emocional (sim, há mais do que uma inteligência), ou seja, processos cognitivos que podem levar a um aumento da nossa longevidade.

2 - Desenvolve os nossos skills para o futuro 

Há efectivamente evidência que crianças que cresceram com livros à sua volta e um interesse saudável de leitura, promove a sua literacia e numeracia. Já para não falar do nosso nível de concentração quando nos imergimos num livro, absorvendo cada detalhe.
É por isso que muita gente lê antes do trabalho, ajudando assim a aguçar a sua atenção. Pois quando se está a ler um romance ficamos a querer saber quem é que fica com quem e quem diz o quê, por isso o mundo parece que deixa de existir para além do livro que temos nas mãos.

3 - Promove o nosso vocabulário

Esta também é bastante lógica. Quer dizer, o pessoal que lê high fantasy tem que aprender a ler e a forma de como se escreve milhares de nomes de cidades, países, reinos, personagens, raças, etc.

4 - Retarda a deterioração do cérebro

Fazendo exercícios mentais, reduz o risco de demência (segundo a Sociedade de Alzheimer) e ler é um excelente exercício mental! Portanto, se queres adiar conhecer o amigo alemão, pega já num livro!

5 - Reduz stress

Mergulhamos numa história, seja ela qual for, ajuda imenso na redução do nosso stress do dia-a-dia. A não ser que estejas a ler a cena do Red Wedding (Game of Thrones). Nesse caso faz um cházinho para acompanhar...

6 - Aumento do nosso pensamento analítico e até resolução de problemas

O pessoal que lê policiais e histórias de detectives está neste momento a dizer "duh". è o mesmo povo que vê qualquer coisa e diz ao final de 10 minutos: então está-se mesmo a ver que tem que fazer isto e aquilo para apanhar o assassino". E tu ficas a olhar, feito parvinho, a digerir o spoiler, LoL.

7 - Entretenimento de baixo orçamento

Sim, ok, vocês podem não concordar comigo neste aspecto pois o preço dos livros tem vindo a aumentar mas a verdade é que basta uma visita à vossa biblioteca municipal para terem toda uma panóplia de livros à vossa disposição.
Convenhamos, quem é o bookaholic que não teve um cartão da biblioteca a certo ponto?
Ou então, melhor ainda, descobriu o mundo fantástico dos ebooks, que tendem a ser mais baratos ou, em algumas promoções e ventos, até gratuitos.

Portanto, se por acaso ler não era muito a tua cena, espero que este post te tenha entusiasmado a pegar num livro. Se quiseres algumas recomendações vem falar aqui com a Soberana.
Se por acaso já és um leitor compulsivo... continua que estás bem, LoL.

26 de abril de 2020

Elements series (opinião SEM spoilers)



“Sometimes tomorrow never comes and you're only left with the memories of yesterdays.”
The Air He Breathes

Depois de várias pessoas me terem aconselhado o terceiro livro desta coleção (em especial a @literatura_intimista), escrita pela Brittainy Cherry, eu decidi pegar e ler os livros todos. Em primeiro lugar, esta saga é composta por quatro livros standalones, ou seja, não estão interligados e podem ser lidos em separado ou por qualquer ordem que queiram. Por isso mesmo, irei fazer primeiramente a minha opinião de cada livro e depois, no final, da coleção em si.

Respeitando a ordem da autora, o primeiro livro é o "The Air He Breathes" com uma história sobre duas pessoas que estavam perdidas na mágoa e luto. Ou seja, é um romance com bastante carga emocional.
Tem a história de um homem que perdeu a sua família num acidente e a história de uma mulher que perdeu o marido também num acidente. O que achei extremamente interessante neste romance é o mostrar o refazer a nossa vida depois de uma grande perda e como isso nos afecta nas coisas mais práticas da vida. 
Dito isto, a história além de ser emocional e muito bem espaçada, dando assim uma dose de realismo que muito honestamente às vezes falha em romances do género... Além disto, o livro estragou-se a meu ver com um componente, mais para o final, que a autora colocou todo um final tipo novela mexicana mas mesmo assim foi uma leitura mesmo muito boa, apenas esse componente é que desilude.

O segundo livro é o "The Fire Between High & Lo" e tem a história de dois adolescentes que crescem juntos com backgrounds diferentes. Quando comecei a ler este livro, pensei logo no início de que seria um pouco cliché com o tema "será que um homem e uma mulher podem ser amigos", contudo o que salva um pouco isso é o background interessante das personagens. Outra vez, temos personagens efectivamente bem delineadas, apesar de mais jovens (comparando ao livro anterior).
Como o tema principal do livro anterior era luto, neste livro esse tema é os vícios. Gostei muito da abordagem da autora e pequena dica de que o ambiente influencia bastante o nosso futuro, as nossas escolhas contam muito claro, mas o ambiente é um grande factor. Por isso mesmo, esta história toca em muitos pontos difíceis e empatia com certas personagens torna-se difícil. 

O terceiro livro é o "The Silent Waters", que é o único que de momento está traduzido para português (traduzido para: O Silêncio das Águas), tem uma história que dura anos, ou seja, vemos muita evolução. Começo a perceber que as personagens bem delineadas seja o forte da autora, contudo não senti tanto isso neste livro. Achei que as personagens estão como que a correr num círculo. 
Temos o tema dos livros em destaque contudo o tema principal deste livro é mesmo o trauma. Experiências traumáticas, por assim dizer.
Como tinha visto muito boas críticas deste livro e o facto de terem escolhido este efectivamente este livro para traduzir, estava com as minhas expectativas um bocado altas. Contudo, senti-me desiludida pois senti que o trauma foi um bocado romantizado e o final achei bastante previsível. Tinha contudo, a componente lindíssima dos livros... pois a personagem principal é uma bookaholic, então particularmente este livro tem muitas referências livrólicas.

O quarto, e último livro, é o "The Gravity of Us", que tem na minha opinião as personagens mais opostas de toda a saga. Uma das personagens é uma florista e a outra é um escritor de thrillers. O tema principal deste livro é o amor próprio e o perdão.
Este livro podia facilmente ser o meu livro favorito da coleção pois toca em mesmo muitos pontos interessantes e importantes, com citações simplesmente fantásticas! Contudo, senti que tinha o enredo errado para transmitir estas mensagens brutais. O enredo estava demasiado do género novela mexicana e muito honestamente sem necessidade para isso, deixando-me mesmo frustrada.

Relativamente, aos livros como um todo... As personagens estão muito bem escritas e achei honestamente, excelentes exemplos de como um romance pode ter a componente de sexo mas este não ser o foco principal do enredo ou do livro. 
Percebi, no entanto, o favoritismo pelo terceiro livro pois é o livro com uma história talvez mais "chocante", não envolvendo vícios como no segundo livro, ou personagens mais maduras como no primeiro e no quarto. Abrangendo assim um público maior...
Temas mais ou menos comuns dos quatro livros é ter sempre a perspectiva de tanto a personagem masculina como a personagem feminina, tendo uma personagem masculina um pouco conturbada, com menções de tatuagens (adorei esta componente principalmente no primeiro livro), com personagens bookaholics, com referências a outros livros e até de músicas! Houve sempre pelo menos uma música a ser mencionada em cada livro e com certeza haverá uma playlist com elas todas reunidas.

Em suma, achei que esta coleção tem livros com temáticas importantes mas que talvez a autora  sentisse que tivesse elevar o drama incluindo algumas partes mais "novela" mas para mim eram de facto desnecessárias. Aconselho, no entanto, estes livros talvez a quem está a começar a ler no género de romance, tendo ambas as perspectivas, ou a quem quer ler romances mais maduros com um pouco mais de drama. 

Só queria deixar uma nota tendo em especial atenção o facto de que foi efectivamente o terceiro livro da saga, a ser traduzido em Portugal, gostaria de frisar que entendo o porquê de acharem o livro lindíssimo mas peço só que tenham sempre em mente que o trauma e os problemas psicológicos estão bastante romantizados.

Vocês já leram esta coleção ou já ouviram falar? 


Review em vídeo: IGTV - Elements

Audiobooks - aconselho os audiobooks destes livros, estão muito bem feitos sempre com cast de vozes para ambas as personagens principais.


24 de abril de 2020

Dia Mundial do Livro


Como já disse um grande sábio, um leitor vive mil vidas antes de morrer e o jomem que nunca lê vive apenas uma.

Eu estou imensamente grata por pertencer a esta comunidade que vive outras vidas, que se apaixona inúmeras vezes, que se aventura por tantos novos mundos e se emociona constantemente no meio das páginas.

Hoje seria o culminar do The Book Swap, que infelizmente foi adiado devido à conjectura actual... mas espero que esta comunidade continue por muito tempo, para que possamos incentivar cada vez mais este hábito incrível!

Feliz dia mundial do livro, caros bookaholics.

22 de abril de 2020

TAG - Com que filme eu vou?

Há uns tempos pedi para alguém me nomear num desafio ou TAG sobre cinema pois eu sou um bocadinho uma geek de filmes 😂 e como os meus seguidores são espetaculares, fui efectivamente nomeada para uma dessas TAGs... mas vocês já me conhecem e eu tenho sempre que fazer batota, LoL. Vejam o vídeo e vão perceber!


1. Um filme para assistir sozinha.
2. Um filme para assistir enquanto está a chover.
3. Um filme para te fazer dormir.
4. Um filme para assistir bêbada.
5. Um filme para assistir enquanto está a fazer outra coisa.
6.  Dois filmes para serem assistidos em sequência.
7. Um filme para assistir acompanhada.
8. Um filme para assistir com os amigos.
9. Um filme para assistir com a mãe.
10. um filme para assistir com o pai.

20 de abril de 2020

Curriculum Vitae Infantium



Numa conversa com uma amiga-mãe, estávamos a rir do ridículo que é as tabelas, os percentis, etc. Como profissional de saúde digo-vos que são excelentes ferramentas para mapear o desenvolvimento de um bebé ou de uma criança mas não deixa de ser isso mesmo, uma ferramenta. Não é nenhuma Bíblia ou os dez Mandamentos, credo.

O problema é quando as pessoas levam essas ferramentas demasiado a sério, ao ponto de obsessão.  Então pus-me a pensar... Será que essas pessoas metem nos seus currículos esse tipo de coisas?

Jaquina, 25 anos, formada na Universidade XPTO, com um mestrado da NASA mas a jóia deste currículo é mesmo o facto de ter estado sempre no percentil 75.
Regininha, 23 anos, dinâmica, responsável, excelente a trabalhar em equipa e, só para que saiba, aprendi a andar aos 9 meses.
Xanatinha, a minha idade não importa, nem as minhas qualificações porque o facto de ter aprendido a falar aos 18 meses coloca-me em qualquer emprego que queira.

O nosso desenvolvimento em bebés e em crianças não determina o nosso futuro nem como somos. Uma criança que aprendeu a falar aos 3 anos pode-se tornar num excelente orador profissional. Um bebé que aprendeu a andar direito aos 2 anos pode-se tornar no próximo Usain Bolt. Uma criança num percentil baixo pode-se tornar num mega bodybuilder. 
Nada disto vai determinar o futuro dos nossos rebentos. Mas eu sei, nós podemos ter a sanidade de nos lembrarmos de que estas escalas e percentis são meras ferramentas, só que o povinho... nem por isso.

O povinho que gosta sempre de fazer (respira fundo) comparações.

Por isso, aqui a vossa Soberana tem uma dica para vocês. Da próxima vez, que alguém vos fizer comentários do género: "ai o seu filho ainda não anda? O meu não sei das quantas com 8 meses e meio já corria a sala" ou "a sua filha só diz mamã e papá? A minha não sei das quantas com um ano já sabia o abecedário"... Portanto, quando ouvirem este tipo de coisas, sorriam para a pessoa e na vossa cabeça pensem no quão bonito isso vai ficar no Currículo Vitae deles. 


18 de abril de 2020

TAG - 10 livros da tua vida

A menina @thebooksofrita sugeriu-me falar sobre os 10 livros da minha vida e eu como tenho que dar sempre o meu twist em tudo, decidi criar esta TAG. E convido a quem quiser, responder mas identifiquem-me pois eu adorava ver as vossas respostas!



Tag - 10 livros da tua vida
 1 - Infância: um livro que te marcou na infância ou um livro sobre crescer que gostes muito. 
 2 - Amigos: um livro que represente amizade ou que demonstre relações de amizade muito fortes. 
 3 - Amor: um livro que tenha um romance fantástico. 
 4 - Raiva: um livro que te fez trepar as paredes com raiva 
 5 - Mistério: um livro que te tenha deixado na pontinha da cadeira. 
 6 - Sexo: um livro que penses que tenha uma boa cena picante. 
 7 - Coragem: um livro que aches que demonstre que coragem não é sinónimo de ser "medricas" mas sim de superar medos. 
 8 - Paranormal: um livro com cenas do outro mundo ou até uma outra dimensão que gostarias de pertencer. 
 9 - Profissão: um livro que mencione a tua profissão actual ou a tua profissão de sonho. 
 10 - Anjo da guarda: um livro que te tenha ajudado ou que te empurrou na direção certa. 
 11- Memento Mori: um livro que te fale na morte ou que te fez lembrar a tua própria mortalidade.

16 de abril de 2020

O melhor de ser um leitor compulsivo


Os livros não são apenas uma forma estática de entretenimento, para um leitor compulsivo, os livros são de facto uma grande parte da nossa vida!

Um bom livro é como se falasse directamente para o nosso coração. Quem mais não adora aquele momento em que nos revimos numa personagem ou situação descrita num livro? Ou ainda aquele momento quando queremos saltar para dentro das páginas para poder visitar os imensos locais por onde a nossa leitura nos leva?

Outra coisa boa de ser um leitor compulsivo é o facto de aprendermos que a paciência é uma virtude. Quem aguenta pacientemente meses e às vezes anos pelo lançamento de um livro? Quando estou numa fila à espera de algo, só penso: "Tive que esperar um ano inteiro pelo Sentinel (último livro de The Covenant)... Se consegui superar isso, consigo superar isto, LoL."

Ler é um excelente self-care. Quando a ansiedade está nos píncaros, um livro pode-nos ajudar a espairecer. A precisar de fazer um reset? Um bom livro pode fazer a diferença. Quando há demasiados estímulos à nossa volta? Um livro é um excelente companheiro!
Um livro pode não ser a cura milagrosa mas dá-nos vários métodos para cuidarmos da nossa saúde mental.

Outro ponto positivo é o facto de nos ajudar com vocabulário, seja na nossa língua materna ou não. Além claro o facto de às vezes, estarmos a aprender sem ter a sensação enfadonha de marrar". 

Um ponto que me toca pessoalmente no coração... é fazer amigos livrólicos! Especialmente nesta comunidade encontrei pessoas simplesmente brutais, quer tenhamos o mesmo gosto literário ou não!

Outra coisa super boa especialmente para as pessoas à nossa volta, é quando nos perguntam: "então e o que queres de prenda?" Tu, muito diligentemente, vais àquele ficheiro ou folha do caderno, que guardas com a tua vida, que se chama "Wishlist de Livros" e o pessoal tem imenso por onde escolher! Nós de facto somos super fáceis para dar prendas, LoL.

E, para finalizar, ser um leitor compulsivo é ser para sempre um(a) aventureiro(a)! Com imensos mundos, enredos, personagens por desvendar e quiçá descobrir também o nosso próximo livro favorito... a magia dos livros é assim interminável!

14 de abril de 2020

Destralhar 2020, ep. 2

Este é o segundo episódio do #destralhar2020 que estou a fazer com a ajuda da @sohappywithless . Decidi fazer em estilo vlog para vos mostrar o meu progresso!


12 de abril de 2020

Uma criança bilíngue


Quando as pessoas percebem que somos portugueses a viver no UK com uma criança, uma das primeiras perguntas que fazem é sobre a língua.
Que língua falamos com ele? Que língua ele está a aprender? Que língua é que ele fala de momento? Como é que fazemos para criar uma criança bilingue?

Ora bem, quanto à última questão a minha resposta é: não faço a mais pálida ideia!

Estamos a tentar que ele aprenda as duas línguas, por isso insistimos com o português em casa e deixamos o inglês para a escola, televisão, etc. Não significa que vamos ser bem sucedidos, há crianças que se recusam a aprender língua dos pais (muito possivelmente porque não vêem grande utilidade) maso que efectivamente está sempre sob a nossa cabeça são aqueles comentários de que está atrasado.

Sim, ele não sabe tantas palavras como uma criança que está a aprender só uma língua. Sim, ele ainda não constrói grandes frases comparando com outras crianças. Mas a palavra chave é mesmo essa "comparando".

Gostava mesmo de mandar essa palavra para o cu de Judas de onde o sol não brilha. O Príncipe, é um rapaz, eles tendem a aprender a falar mais tarde (vou restringir-me de fazer piadas, LoL). Está a aprender duas línguas simultaneamente e completamente diferentes, diga-se de passagem.
E, mais importante ainda, o Príncipe é o Príncipe. Tem o seu próprio ritmo para aprender e parece que no meio da nossa maturidade, que nos esquecemos que somos todos diferentes, incluindo as crianças.

Por isso, como é que é criar uma criança bilíngue?

Quando conseguir eu depois digo-vos qualquer coisa... mas spoiler alert, é preciso muita paciência, não só para com o rebento aprender as duas línguas mas também para todos os comentários que puderão ouvir.

8 de abril de 2020

A ansiedade não escolhe a vida que temos...



Quando fui à consulta de psicologia para saber como estava o meu "quinto-andar" depois de ter passado um caso bastante horrendo de baby blues, perguntaram-me pelo parto e como correu... foi quando senti o monstro da culpa a segurar os meus ombros, a empurrar-me para baixo.

Em nada no meu parto e como correu, eu mudava alguma coisa. Foi tudo controlado, correu tudo bem no final...
Perguntaram-me então porque é que me sentia tão culpada.

Em loop na minha cabeça passava a lenga-lenga de que eu não me podia queixar. Eu não podia chorar. Eu não podia ter ataques de pânico. Eu não podia sentir nada a não ser pura felicidade por estar bem fisicamente e ter um bebé saudável.

Eu que vejo no trabalho tudo o que podia correr mal... Que vejo bebés como verdadeiros guerreiros a lutar para viver. Que vejo mães a perderem algo. Que vejo mães a não ter um bebé para segurar. Eu pensei isto tantas vezes enquanto tinha o Príncipe nos braços.

"Tu não tens o direito de te sentir assim", dizia para mim própria.

Foi então que me disseram que não podia ser tão crítica de mim própria, que por ver a desolação das outras pessoas, que isso não invalidava o que sentia.
Por isso, mãe que estás desse lado, que viste alguém a sofrer ou vês no teu trabalho tudo o que pode correr mal... Tu também és importante!

O que sentes também conta. O que pensas é tóxico para ti mas não faz de ti má mãe, apenas faz de ti um ser humano.

Pois a ansiedade não escolhe a vida que temos...

6 de abril de 2020

Ameaça de um Anjo (opinião SEM spoilers)


Finalmente li o livro da Patrícia Ferreira que é o começo da saga da Profecia da Luz e da Escuridão. Mas para fazer review deste livro, tenho que fazer em várias etapas.

Em primeiro lugar, este livro é da Chiado. O que se calhar para muita gente (tal como foi para mim) não significa grande coisa… Contudo e porém, logo no início do livro foi o que me levou a perguntar à Patrícia se me tinha mandado um manuscrito. Ela, muito envergonhada, disse-me que não.
Ora bem, eu pensava que era pelo facto de eu estar destreinada a ler em português mas a verdade é que o livro tem gralhas, tal como um manuscrito teria. Foi então que me levou a uma pequena pesquisa que revelou que a Chiado não faz revisão dos livros que publica.
O que muito honestamente pensei que neste século isso não se fazia e acho que isso prejudicou o livro da Patrícia.

Dito isto, vamos ao livro em si…

É preciso ter em conta que a Patrícia escreveu o livro quando tinha apenas 16 anos. Quando muitas andavam apenas a babar-se para o poster do Travis Fimmel na publicidade da Calvin Klein, ela estava a escrever um livro, que é de um tamanho respeitável, tenho a dizer.
Tendo isso em conta, a escrita é bastante simples. Com uma ou outra descrição desnecessária mas nota-se que era a Patrícia a esticar as suas asas (see what I did there).
A temática é sobre anjos. Não necessariamente anjos e demónios mas sobre anjos, anjos caídos e nephilins (metade humano e anjo). 
Enquanto estava a ler tenho que ser honesta que me deu imensas vibes… Assim de Twilight, The Mortal Instruments, Fallen e Vampire Diaries

A personagem principal, Elena, está no centro de uma profecia envolvendo toda a casta dos anjos e gostei muito de como incorporou tatuagens no meio da história. Parece que alguém na adolescência já sonhava em fazer uma tatuagem… #quemnunca
Quanto ao mundo que criou, neste livro centrou-se bastante nas relações e a apresentação do enredo. Nota-se alguma imaturidade ou “demasiado mel” como me disse a Patrícia, LoL.

Se o livro tivesse tido uma revisão não teria então os erros tornando a sua leitura bem mais agradável. Contudo, vê-se no livro um imenso potencial tendo em conta que foi idealizado e escrito por alguém tão jovem. Então posso talvez a aconselhar a alguém igualmente jovem para começar a ler no fantástico, abrindo assim as portas para este género tão brutal!

Aliás, ler este livro lembrou-me na altura em que tinha 15 anos e pensava que queria escrever um livro. Fui literalmente ao baú, dando por mim a ficar envergonhada e a revirar os olhos com o que tinha escrito. Isto para dizer o quê?
Mesmo que a Patrícia já não se identifique com esta saga pois amadureceu tanto como pessoa como escritora, só fico triste que não tenha tido a melhor versão do seu livro. Disto isto, mesmo que não continue esta saga, estou ansiosa para ler o que ela está a marinar já há uns tempos.
Pois a Patrícia além de ter imenso potencial, com apenas 16 anos não só escreveu um livro como tratou de o publicar, o que para mim é de se louvar!

Vocês já leram este livro? Não se esqueçam de visitar o perfil da Patrícia pois além de uma escritora ela é uma fantástica leitora compulsiva!


Review em vídeo: IGTV - Ameaça de um Anjo

4 de abril de 2020

Angustas Liberalis


Acho que todo o leitor que se preze infeliz ou felizmente, em alguma altura das suas vidas foi-lhe diagnosticado "Angustas Liberalis" que para os leigos é comummente conhecida como "Ressaca Literária".

E quais são os sintomas desta epidemia perguntam vocês preocupadíssimos? É basicamente acabar de ler um livro que mexer de tal forma connosco que não conseguimos pegar noutra leitura tão cedo... A ressaca literária afecta de maneiras diferentes pois está documentada que pode durar uma semana ou até mesmo um ano!
Então pensei em algumas dicas para que a vossa ressaca literária não dure muito tempo e passa a (digo assim num sussurro) depressão literária.

Dica nº 1: ler algo de um autor favorito. Aquele autor que parece que tem uma auto-estrada para o nosso coração. Renovando-nos o nosso amor pelos livros.
Dica nº 2: reler um livro favorito. Ás vezes o que precisamos é de um ambiente familiar para nos trazer de volta ao mundo literário.
Dica nº 3: ler uma comic/manga (qual for o vosso estilo favorito). Ter aquela quebra do livro tradicional, ler algo mais "levezinho", com mais estímulo visual, às vezes ajuda imenso a elevar-nos o espírito. 
Dica nº 4: fazer uma review do livro que causou a ressaca. Seja para o vosso blog, instagram, youtube ou até mesmo apenas em conversa entre amigos livrólicos... por vezes, tudo o que é necessário é deitar cá para fora!
Dica nº 5: Aceitarmos que uma ressaca literária faz parte da vida de qualquer leitor. Todos temos alturas em que lêmos menos. Não conseguir ler, quando a leitura representa uma grande parte da nossa identidade e é uma actividade que nos traz prazer pode nos deixar bastante frustrados. No entanto, é importante relembrar que faz parte e é apenas uma fase!

E vocês, quais são as vossas estratégias para sair de uma ressaca literária?

2 de abril de 2020

Wrap-up das leituras de Fevereiro

Depois da vossa sugestão decidi gravar, no IGTV do Reino, o wrap-up das minhas leituras do mês de Fevereiro, que foi pequenino mas ainda consegui ler bastante! Decidi que os meus resumos mensais vão incluir todo um momento de discussão de comics... mas vejam para perceberem.

E fiquem atentos para o wrap-up do mês de Março!