28 de junho de 2020

Greekorscope: Leão/Leo


Esta constelação, que tem a forma de um leão, recebeu o seu nome do Leão de Nemea, o mesmo que foi um dos 12 trabalhos de Hércules.

O leão do mito aterrorizava as aldeias e os seus habitantes que, apesar de munidos com diversas armas, nada nem ninguém o conseguia matar. Este mesmo leão vivia dentro de uma gruta. Hércules tentou, primeiro, esfaqueá-lo, mas depois, quando se apercebeu que isso não ia resultar, decidiu simplesmente agarrá-lo e sufocá-lo, o que conseguiu.

A pele do Leão de Nemea tornou-se na armadura de Hércules, que se vê em muitas peças da Grécia Antiga. Portanto, porque obviamente ela não estava contente com a situação, Hera transformou o Leão numa constelação.

24 de junho de 2020

Greekorscope: Caranguejo/Cancer


Esta constelação tem algumas estrelas esbatidas, que muitas civilizações denominaram como um animal marinho ou um insecto com exosqueleto (os Egípcios viam como um escaravelho). A palavra em latim é “kavouri” (que se calhar provém do grego “karkinos”) que, traduzida, significa “caranguejo”.

Na Mitologia Grega, um dos 12 trabalhos de Hércules era lutar contra a Hydra (aquele bicho horrendo com sangue venenoso, dentes afiados e que, de cada vez que se cortava um cabeça, nasciam outras duas). Primeiramente, Hércules tentou lutar sozinho com o monstro, mas quando se deparou com a logística das cabeças, percebeu que ia ser difícil. Enquanto isto estava a acontecer, Hera que estava, com certeza, a assistir com um balde de pipocas ao lado, lembrou-se de mandar para o meio da batalha um enorme caranguejo, que tentava apanhar os tornozelos de Hércules a jeito. O pobre desgraçado do Hércules ficou furibundo, esmagou o caranguejo com os pés e deu-lhe alto chuto para o infinito.
Hera pegou no caranguejo e colocou-o no céu como constelação.

Para quem não se recorda, Hércules, depois de perceber que a sua abordagem à Hydra não ia resultar, voltou com o seu primo Iolaos, que foi quem se lembrou de queimar cada pescoço para que não se preocupasse com a logística das cabeças enquanto lutava.

Estão a ver? Até os heróis precisam de ajuda de vez em quando…

22 de junho de 2020

Ugly Love (opinião SEM spoilers)


“Sometimes not speaking says more than all the words in the world.”

Depois de ter visto boas reviews dos livros da autora Colleen Hoover, então decidi perguntar aos super-fãs quais seriam os melhores livros dela para eu ter por onde começar, pois ainda não tinha lido nada da autora. Portanto, Ugly Love foi uma dessas escolhas!

Este livro é um romance com dois POV's (pontos de vista/point of view) sobre uma rapariga que se mudou para o apartamento do irmão pois ficava perto da universidade onde estava a finalizar uma pós-graduação na área da saúde. Perto desse apartamento vive um rapaz, que é amigo do irmão dela, que entra então na vida da nossa personagem principal. E é aqui que ela me perdeu um bocado...

Pois o livro acaba por ter dois elementos que me fizeram revirar os olhos um bocado. Temos a personagem masculina, já muito vista, com um passado conturbado mas eu achei que a autora teve algum respeito com os traumas e eventos por detrás disso. E temos também o elemento de uma relação entre duas pessoas só para sexo, que já sabemos que vai dar asneira. 

Já para não falar de que a maneira de como a nossa menina lida com essa relação não é das melhores pois se rebaixa constantemente... só que em vez de criticar como se não houvesse amanhã, na verdade, foi o que me fez pensar que muitas mulheres o fazem na vida real, mesmo sendo mulheres inteligentes e independentes. Acabam por se rebaixar pois não querem perder uma pessoa que se calhar não lhes dá o carinho e o amor que merecem. Tornando o livro bastante realista e humano nesse ponto... mas não deixa de ter sido bastante frustrante.

O que acabei por gostar foi de irmos descobrindo o passado da personagem masculina com o seu ponto de vista e o que o traumatizou... e o facto da autora ter respeitado o aspecto psicológico por detrás disso. Gostei também que se a autora ia adicionar cenas de sexo, que não as tornou vulgares, como acontece em alguns livros do género.

Em suma, o livro foi uma leitura fluída com a escrita da autora mas com o enredo a deixar-me frustrada até à parte em que lidamos com certos traumas psicológicos. Ou seja, não apreciei muito a história mas achei que foi um bom ponto de partida para a escrita da autora.

Já leram este livro ou já leram algum da autora?


Review em vídeo: IGTV - Ugly Love

Audiobook: enredo fácil de seguir e para cada ponto de vista tem um narrador diferente, o que ajuda imenso com a história.



20 de junho de 2020

Greekorscope: Gêmeos/Gemini


O signo que significa que tudo vem aos pares, LoL. Gémeos pode ser o nome da constelação, mas a verdade é que representa as estrelas Castor e Pollux, filhos de Leda, Tyndareus e Zeus. E como tudo aconteceu?

Portanto, Leda era a mulher de Tyndareus (que era um dos tripulantes da nau Argo, ou seja, um dos Argonautas). Certo dia, Leda foi dar de comer aos seus cisnes e quando o estava a fazer, o maior cisne e mais belo do bando tocou-a.
Sim, com certeza já adivinharam, era o nosso amigo Zeus, o mesmo que não sabia fechar a braguilha das calças…
Nove meses depois, Leda deu à luz dois ovos. De um ovo, saíram duas meninas, Helen (filha de Zeus) e Clytaimnystra (filha de Tyndareus), do outro ovo saíram dois meninos, Pollux (filho de Zeus) e Castor (filho de Tyndareus).
Os meninos eram gémeos, mas as meninas não. Para além disso, Pollux e Castor eram, na verdade, virtuosos e guerreiros fantásticos. Quando Helen era jovem, foi raptada pela sua beleza, mas os seus irmãos salvaram-na, claro. Mas um dia, Castor morreu em batalha, salvando Pollux.
Como Castor era mortal mas Pollux não, este último implorou a Zeus para dividir a sua imortalidade com o irmão.

Uma história linda de amor, dos irmãos... não de Zeus, LoL.

16 de junho de 2020

Greekorscope: Touro/Taurus



Touro é, na verdade, uma das constelações mais antigas a ser documentada pelos Babilónios. Mas, na Mitologia Grega, Touro é, na verdade… Zeus! E há duas versões do mito de como a constelação foi criada.

Na primeira versão, Zeus estava a saltitar pelas nuvens, a pensar quem seria a sua próxima conquista… até ver a princesa Europa. Ele transformou-se num touro branco e fez-se de inocente ao aparecer no mesmo sítio onde Europa estava sossegadinha da vida.
Quando ela o viu, ficou encantadíssima, pois estes animais eram sagrados na Grécia Antiga, e quando tentou tocar-lhe, o touro colocou-a nas suas costas, voando em direção a Creta, trazendo, assim, a princesa oficialmente à Europa. Depois de fazer o que tinha que fazer, que provavelmente deixou Hera com um par de chifres (see what I did there?), Zeus colocou a sua forma de touro nos céus como uma constelação. Sim, eu sei, super modesto.
Europa teve, com Zeus, 3 filhos, que mais tarde se tornaram em juízes no Submundo sob a chefia de Hades, pois os três foram os mais sábios e virtuosos semi-deuses enquanto foram vivos.

Na segunda versão, a constelação de Touro é, na verdade Io, que foi uma das poucas humanas pelas quais Zeus sentiu mais do que mera luxúria (uma raridade, eu sei). Na mitologia, Io era antepassada de vários heróis (como Perseus e Hércules), e porque esta mitologia não era nada sem uma tragédia grega, quando Zeus conheceu Io, ela era uma sacerdotisa do culto de Hera. Conseguem ver a ironia da coisa?
Ele transformou-a numa linda bezerra para o proteger (que cavalheiro) mas, noutra versão, foi Hera que a transformou nesse animal (faz mais sentido, na verdade).

Uma curiosidade: Io e Europa são os nomes de duas das 79 luas de Júpiter. Há alguém na NASA que adora mitologia também, LoL.

14 de junho de 2020

Destralhar 2020, ep. 3

Este é o terceiro episódio do #destralhar2020 que estou a fazer com a ajuda da @sohappywithless . Decidi fazer em estilo vlog para vos mostrar o meu progresso!


12 de junho de 2020

Greekorscope: Carneiro/Aries


Esta constelação é conhecida por várias civilizações, mas era deveras importante na Mitologia Grega, pois este carneiro muito específico esteve envolvido na expedição da nau Argo.
Spoiler alert: vai haver drama!

Era uma vez o Reino de Boeotia. O seu rei, Athamos, conseguiu a sua Rainha, Nephele (que em grego significa “céu enublado”), literalmente do céu, pois ela era uma deusa menor de lá. Eles tiveram gémeos, Phrixos e Helle. Quando Nephele foi chamada de volta aos céus, Athamos não estava para meias esperas e voltou a casar com uma mulher chamada Ino. Ela odiava os gémeos porque queria que os seus próprios filhos ficassem com o trono.
Então, Ino delineou um plano. Em segredo, pagou para que todas as colheitas e campos do Reino de Boeotia fossem queimadas, e foi direitinha ao rei dizer que foi tudo obra dos deuses que querem um sacrifício. E até subornou um oráculo para mentir! Quando Athamos foi efectivamente ao oráculo, este disse que tinha que sacrificar os seus filhos gémeos. É importante referir que o sacrifício humano era proibido, pois era já considerado um acto bárbaro.

Contudo, Athamos, que era muito respeitador dos deuses, sentia que tinha que obedecer. No dia do sacrifício, ele colou Phrixos e Helle numa pira funerária. Mas Nephele, que viu a novela toda lá dos céus, enviou um carneiro dourado para salvar os seus filhos. O carneiro apanhou-os e voou em direção do Mar Negro. Helle que estava curiosa com o mundo lá em baixo, debruçou-se mas Phrixos não conseguiu apanhá-la a tempo e ela caiu no mar. Ainda hoje a parte estreita do mar entre a Grécia e a Turquia chama-se Hellespont (Ellispondes em Grego).

Phrixos chegou a Colchis, que tinha como rei Aeetes (descendente de Hellios, e irmão de Circe). Em honra da sua mãe e irmã, Phrixos sacrificou o carneiro. Como esse era sagrado, a sua pele nunca perdeu o seu brilho dourado. Phrixos casou com a filha de Aeetes, Chaliope, e tornou-se Rei de Colchis. Tiveram quatro filhos, que foram os primeiros a tomar parte na tripulação da expedição da nau de Argo!

E o que aconteceu a Ino? Apollo e Zeus tiveram uma conversinha com ela. É que sabem…. Ino era irmã de Semele, que por sua vez foi uma das (muitas) amantes de Zeus. Ino criou o filho de Semele e de Zeus (depois dela ter sido atingida com um raio). Hera, a pobre coitada, com ciúmes, lançou uma maldição que levou Ino a matar os seus próprios filhos. Não chegou a matar o filho de Semele pois Hermes veio ao seu auxílio. O filho era Dionysus!

Estão a ver o que um mero carneiro fez?!

8 de junho de 2020

Greekorscope: Peixes/Pisces


Da Mitologia Grega faz parte uma história onde Aphrodite, depois de ter dado à luz Eros, foi perseguida por um monstro, uma cobra gigante chamada Typhon. Para escapar, Aphrodite saltou para o mar, transformando-se, a ela e ao bebé, em peixes. Mas para não se perderem um do outro, ela atou as suas barbatanas de ambos, e assim se criaram os peixes eternamente conectados.

Aphrodite, além, claro, de ser a deusa da beleza e amor, era também uma divindade aquática, já que o seu nascimento aconteceu através do mar. Typhon, por sua vez, era filho de Gaia e Tartarus, e era ele que comandava o Submundo antes de Hades ter ficado com o “poleiro”, criando a prisão dos Titãs com os ossos de Thyphon (o nosso querido Hades não faz a coisa por menos).

A constelação em si é pequenina, mas vejam bem… é uma das poucas que não é resultado das macacadas de Zeus!

6 de junho de 2020

Norse Mythology (opinião SEM spoilers)



“Because,” said Thor, “when something goes wrong, the first thing I always think is, it is Loki’s fault. It saves a lot of time.”

A menina @wordsalacarte desafiou-me para ler Mitologia Nórdica de Neil Gaiman e tenho a dizer que foi o primeiro livro que li do autor! Até a dizer que foi uma excelente escolha para o desafio pois eu adoro mitologia e de facto ainda não tinha lido nada sobre mitologia nórdica ou sabia muito mais do que a Marvel Comics insere no Thor. 

Tendo em conta que nem há muito tempo eu li Mythos de Stephen Fry, achei que era uma excelente oportunidade para ler num formato parecido. Se formos a comparar, sim acaba por ser mais ou menos no mesmo formato pois é um autor com uma paixão pela mitologia em si e escreveu o livro deixando sempre o seu toque pessoal.

Portanto, o livro é obviamente sobre a mitologia nórdica, falando dos deuses antigos da escandinávia: Odin, Freya, Thor, Loki, Heimdall e muitos mais que por acaso nunca tinha ouvido. Numa escrita fluída e com algum sentido de humor, à semelhança do Mythos.
Explica desde o início dos tempos, é o nosso guia por Yggdrasil e os seus nove mundos, antes sequer de entrar em pormenor sobre os diferentes deuses. 
Colocando, no livro, uma colectânea de histórias sobre cada deus e as suas aventuras. Uma das  minhas histórias favoritas foi a história que explica como o dom das artes foi criado e outras favoritas (e acho que se nota, também as do autor) são as do maroto do Loki, que muito honestamente a citação que escolhi resume o livro quase todo, LoL. Acabando assim as imensas histórias com Ragnarok, o destino final dos deuses, fechando assim como que um círculo nos seus mitos com um mega jogo de xadrez (uma inside joke para quem efectivamente leu o livro).

Neil Gaiman tem de facto um poder storytelling fantástico, pensava que com os nomes "estranhos" (que me fez lembrar muitas vezes a Darcy do filme Thor a chamar mew mew ao poderoso martelo de Thor, o Mjolnir, LoL) e uma mitologia que não estou de todo familiarizada, que talvez fosse um livro um pouco maçudo mas não é de todo! 
Muito obrigada @wordsalacarte por me teres desafiado a ler este livro, apesar da mitologia grega continuar a ser a minha favorita, adoro ler sobre outras e esta escrita pelo Gaiman foi mesmo espectacular. Ah! E, já agora, muito obrigada pela foto do teu livro, eheheh.

Já leram este livro? Já leram algo do autor?


Review em vídeo: IGTV - Norse Mythology

Audiobook: aconselho vivamente a ouvirem este livro pois é o autor, o próprio Neil Gaiman a narrar!


4 de junho de 2020

Greekorscope: Aquário/Aquarius


A constelação de Aquário foi reconhecida por outras civilizações antigas, não apenas a Grega, e mesmo nesta mitologia, há várias versões do mito.

Na primeira versão, que é considerada a mais antiga, Prometheus teve um filho, Deucalion, que, juntamente com a sua esposa Purrha, construiu um barco e tentou salvar a espécie humana quando Zeus, zangado, tentou inundar a terra. Contudo, Deucalion e Pyrrha foram os únicos que sobreviveram.
Mais tarde, Zeus e Athena deram ao casal um par de pedras, dizendo-lhes para andarem e, depois de alguns passos, atirarem as pedras para trás deles. Quando o casal fez o que foi pedido, a pedra que Deucalion atirou transformou-se em vários homens e a pedra que Pyrrha atirou transformou-se várias em mulheres. E assim a raça humana renasceu!
Então, a silhueta de Deucalion, juntamente com o vaso de água, tornou-se no símbolo de sobrevivência, transformando-se então na conhecida constelação.

Na segunda versão, que tem muito mais drama, Zeus viu, um dia, um jovem a caminhar pelo palácio, na sua vidinha. O seu nome era Ganymedes, filho de Tros (rei dos Trojans). Portanto, Zeus (que claramente não gostava de estar sossegado) enviou uma águia que raptou Ganymedes, levando-o para o Olimpo onde ele se tornou o seu amante e copeiro (dever de servir as bebidas à mesa real) em todas as festividades dos deuses. Imaginem os cochichos quando ele aparecia!
Portanto, claro está que a Hera ficou ciumenta e Zeus, para o tentar proteger, tornou-o numa constelação.

Uma curiosidade: em quase todas as mitologias existe um mito de inundação da terra. Interessante, não acham?