30 de abril de 2021

The Nevernight Chronicles series (opinião SEM spoilers)

 


Mal eu acabei de ler Illuminae Files, uma outra trilogia onde o autor Jay Kristoff é co-autor, que eu fiquei super curiosa para ler mais dele! Tratei então logo de adicionar á minha infinita de livros para ler mas decidi não deixar passar de 2020 para ler esta trilogia.

Ora bem, primeiramente quando comecei o primeiro livro, apercebendo-me que os livros eram High Fantasy com uma linguagem própria (sim, eu nem sabia do que os livros se tratavam e sim, eu costumo cometer destas loucuras frequentemente), até mais ou menos os 10-15% do primeiro livro, estava a custar-me um bocado a entrar no ritmo pois o mundo é bastante complexo. 
Mas para qualquer leitor frequente de fantasia e principalmente de High Fantasy (não vos vou explicar nesta opinião a diferença entre High e Low Fantasy simplesmente porque não considero uma expert nestes assuntos dos diferentes géneros, deixo isso para os profissionais, LoL) pois sendo um mundo completamente novo, temos que tentar perceber logo no início o seu sistema, construção, os limites da magia, etc. Então neste género de livros tem que se dar, normalmente, pelo menos 20% para nos emergirmos completamente na história...

Após essa percentagem? Sai da frente Guedes! 

Eu, na verdade, nem sei muito bem como me articular relativamente a estes livros, LoL. Mas vamos começar pela escrita... Eu não achei a escrita do autor muito difícil, diferente mas não achei difícil, contudo após uma conversa hilariante com a The Phoenix Flight, apercebi-me que o inglês não é do mais fácil. Portanto, se o vosso nível de inglês não for alto, eu esperava talvez um bocadinho pela tradução e não me lançava já para esta trilogia.

Dito isto, eu tenho que admitir que nunca na minha vida fiquei tão feliz em ler notas de rodapé, LoL. O autor criou o mundo de tal forma complexa e minuciosa que ele quis colocar tudo nos livros, em formato de notas de rodapé com a mesma cadência que no resto dos livros. Ou seja, com um tom sarcástico, irónico, com humor negro e tudo assim misturadinho para sair toda uma narrativa que de cada vez que lia uma frase começava logo a sorrir.
Acredito que em formato físico as notas de rodapé, que chegam a ser bastante extensas, com outras histórias, detalhes ou simplesmente comentários sarcásticos, pode perturbar um pouco a leitura mas tal não aconteceu comigo pois li em formato ebook, onde os rodapés aparecem em estilo pop-up no kindle. 

Portanto, o livro acompanha a Mia fucking Corvere, a personagem mais badass dos últimos tempos, LoL. Uma rapariga que apesar do seu aspecto, fumar que nem uma "congra" (ao ponto dos seus belos pulmões estarem a concurso na Feira do Fumeiro de Montalegre) e colocar asneiras nas suas frases como vírgulas, é extremamente letal, tanto com os seus skills em combate como a sua mente aguçada.
Assim, o Sr. Kristoff criou um mundo que tem tanto de lindo como de aterrador, com detalhes super realistas e com todo um significado por detrás, descrições bastante gráficas de tudo. Quando digo de tudo, é tudo, ok? Seja cena de treino, exploração, de batalha, de sexo... O homem descreve tudinho com a mesma cadência e é só fantástico!

Ou seja, se vocês precisam de uma boa história com uma personagem feminina forte e brutal, com uma aventura brutalíssima e com twists que nos fazem ficar com a cabeça à roda. Aliás, eu tenho uma sugestão que é tenham os três livros logo com vocês, leiam tudo de seguida e preparem um tempo de recuperação, porque vão precisar, LoL.

Em suma, aconselho estes livros a quem quer mergulhar de cabeça para uma High Fantasy com um mundo complexo, personagens fortes, um excelente sentido de humor e muito sarcasmo!


P.S. - obrigada Sam, Olga e Night pela ajuda com português e o calão que está nesta opinião, LoL.

16 de abril de 2021

O Pecado de Porto Negro (opinião SEM spoilers)


 

Antes de começar a minha opinião, quero agradecer imensamente à Anatomia do Livro e ao seu podcast maravilhoso por me ter incentivado a ler este livro do autor Norberto Morais! Eu bem que queria participar na leitura conjunta, que a Ana organizou, e ir discutindo o livro mas tal não foi possível... mas eu já explico o porquê.

Em primeiro lugar, mal li o primeiro capítulo apercebi-me perfeitamente do porquê da evangelização fervorosa da Ana. Já tenho falado dela por aqui no Reino (eu até tive direito a todo um episódio no podcast dela) e tornou-se ao longo dos tempos não só numa pessoa amiga mesmo não a conhecendo pessoalmente (ainda), como também uma pessoa a quem as suas recomendações têm peso de chumbo. Porquê? Porque além do sentido crítico da Ana ser exímio, até agora tudo o que ela me recomendou, não desiludiu, como se tornaram em livros favoritos!
Portando, quando comecei a ler e vi que a escrita do autor que, para mim, é única. Percebi logo de imediato o porquê do fervor. 

Tenho que confessar que já há algum tempo que não lia autores portugueses, isto porque por alguma razão a oferta que eu via (quando ainda estava em Portugal) era tudo uma literatura que não ao encontro ao meu gosto. Além de que sentia que os autores portugueses estavam a engolir o dicionário e depois o cuspiam para os livros em modo shuffle... mas isso são outras conversas.
O autor Norberto Morais não é de todo assim! A escrita é tão acessível. Que, na verdade, era outro receio meu pois, como disse, já não leio em português há algum tempo. Então ler nessa língua está assim como que enferrujado, LoL. 

No início do livro fiz uma associação, isto é, estava a associar o Norberto Morais a certos autores americanos muito conceituados (que não vou mencionar para não ferir susceptibilidades aos cultos dos mesmos) que ao ler parece que a sua escrita transmite uma certa musicalidade. É a minha melhor descrição à sua cadência de escrita, à sua construção pensada de cada frase, tornando cada parágrafo numa verdadeira aventura.

Assim sendo, eu não li este livro... eu devorei a bom devorar!

Eu bem que queria participar numa leitura mais pausada, para ir discutindo os capítulos na leitura conjunta mas, como eu admiti à Ana, o livro parece que tem super-cola 3 na capa e não conseguimos pousar! Dormir? Que é isso quando os olhos simplesmente não conseguem parar naquele parágrafo e saltam para o seguinte sem os mandarmos? 

O enredo deste livro desenrola-se em Porto Negro, uma cidade imaginária situada numa ilha tropical. E nesse estilo o autor apresenta-nos um role de personagens simplesmente deliciosas, com tardes de muito calor, as festas, os amores escondidos, desejos apaixonados, amizades até à morte, a calmaria da vida de outros tempos... A história em si é simples mas lá está, da maneira como o Norberto Morais escreve, eu lia a lista de compras dele e era feliz. Além de que, na minha opinião, são mesmo as personagens que quase fazem a história, o que é simplesmente delicioso de ler.

Portanto, não vou contar muito mais do enredo, até porque sendo modesto acho que perde toda a sua piada. Além de que vocês já perceberam que com a sua escrita e descrições, eu senti mesmo que estava em Porto Negro, no meio daquela gente! 

Mal fechei o livro, senti logo saudades daquelas personagens e lugares, então porque uma pessoa não gosta de sofrer sozinha, tratei logo de o enviar para a minha mãe, LoL. Agora, deixo-vos aqui a minha enormíssima recomendação para lerem este livro e mal posso esperar para conseguir os outros do autor! 

Mais uma vez, muito obrigada Ana pela recomendação e pelo projecto simplesmente fantástico que criaste que incluiu toda uma conversa maravilhosa com o autor!

2 de abril de 2021

Artemis, a virgem assassina

 


Artemis é a irmã do deus Apollo e filha de Zeus (convenhamos, quem é que não é filho de Zeus?!). A deusa pediu ao pai para permanecer virgem para toda a eternidade e, Zeus, esfregando as mãos de pai, concedeu.

A deusa Artemis é uma caçadora, mas, ao mesmo tempo, protetora dos animais. A deusa tanto tem a imagem de virgem puritana, como também a deusa do parto e… destruidora de jovens mulheres. 

Sim, vocês leram bem. Artemis tem o título de destruidora de jovens mulheres, pois assassinou seis filhas de Niobe, exigiu sacrifício de Iphigenia (pois o pai dela assassinou o seu veado sagrado), entre outras situações… Até nas práticas do seu culto e nos seus rituais, havia instâncias de extrema crueldade e bastante sanguinárias.

E mais uma vez, os deuses ensinam que, lá por a “pessoa” ter toda uma aparência puritana, não quer dizer que não tenham uma veia sanguinária, ou que não sejam capazes de atos horríveis...

Será que é daí que vem a expressão "fia-te na virgem e não corras"?


Nota: muito obrigada Sam_Livralma pela revisão do texto.