21 de maio de 2021

É preciso reclamar com o padeiro de Salem...

 


Em 1692 numa aldeia puritana de Massachusetts, chamada Salem, houve como que uma praga de bruxaria. Depois de umas raparigas (Betty Parris e Abigail Williams) exibirem convulsões e outros sintomas, o médico da aldeia chegou então ao diagnóstico conclusivo de: bruxaria.

Como já mencionei no "Despertar do Vampiro" antes de haver um grande desenvolvimento a nível científico, as pessoas direccionavam-se para o sobrenatural. O problema é que além das raparigas, mais pessoas começaram a exibir sintomas semelhantes. A histeria instalou-se e a aldeia decidiu caçar literalmente as bruxas de Salem e lá para o final de Maio de 1693, 19 pessoas foram enforcadas, 1 morta por apedrejamento e 4 morreram na prisão, todas estas pessoas acusadas de bruxaria, claro. 

O interessante de Salem é que mesmo 300 anos mais tarde, este evento histórico continua a suscitar curiosidade! Será que houve mesmo bruxas em Salem ou será que foi outra coisa que afectou a cidade? Na verdade este evento é-me intrigante porque houve vários estudos relativamente à "mob mentality" (mentalidade de grupo), usando Salem como um exemplo histórico. Contudo, não sei se sabiam mas nos anos 70 uma investigadora encontrou evidência que na verdade havia uma explicação mais prática do que aconteceu... 

Essa mesma investigadora acredita que as pessoas de Salem tiveram uma reacção não a bruxaria mas ao centeio/grão. Esta reacção chama-se "ergotism" e a sua teoria explicava bastantes coisas que aconteceram em Salem: espasmos musculares, alucinações e em casos severos gangrena nas extremidades, o restante seria então atribuído à mentalidade de grupo e ao poder de sugestão. 

Então pensa-se que, como a caça às bruxas acabou abruptamente em 1693, foi porque simples e puramente porque Salem acabou com o grão contaminado. Claro que haverá sempre muito debate sobre se esta teoria é a correcta pois muitos investigadores atribuem às acções das raparigas, um atributo psicológico, social e político. 

Mas é super interessante, no entanto, pensarmos que os grandes julgamentos e a famosa caça às bruxas de Salem aconteceram porque... o padeiro tinha pão contaminado, LoL.

14 de maio de 2021

Flatshare (opinião SEM spoilers)


 

Este livro, da autora Beth O'Leary, chegou à minha TBR devido à senhora dona Manganett, que quando a conheci nos inícios de 2020  (esse ano fatídico) me disse que este livro era uma das suas evangelizações (sim, por obviamente tratei de tentar evangelizar todas as meninas que conheci nesse dia com The Covenant). Por isso, tratei de o adicionar logo ali à minha lista.

A premissa deste livro, passado em Londres, é que Tiffy e Leon são mais do que flatmates (uma pessoa com quem se divide um apartamento), eles chegam mesmo a dividir a única cama do apartamento, contudo nunca se conheceram pessoalmente. E com esta premissa, uma pessoa fica mesmo curiosa para ler e ver o que vai sair daqui!
Acho que um bom resumo deste livro é que é um daqueles "good feeling romances", ou seja, um romance que nos aquece o coração mas neste caso introduz um tema pesado que é as relações abusivas, não apenas as físicas mas as psicológicas e emocionais. Aproveito assim para deixar o aviso de Trigger Warning para quem precisar...

Sendo muito honesta e obviamente é a minha opinião, não achei o livro nada de especial. No sentido do romance e afins, contudo o que salvou o livro para mim foi mesmo a abordagem relativamente cuidada da autora sobre a relação abusiva, o machismo (não só do parceiro mas dos homens à volta que perpetuam este tipo de comportamento), o gaslighting, manipulação emocional, etc.
Então, apesar do tema, este livro é uma leitura leve e com uma abordagem diferente à trope de "uma cama", LoL. Aqui neste livro foi elevado ao máximo! Parecendo então mesmo uma das típicas rom-com britânica.
Contudo, tudo pareceu um pouco exagerado e quase como uma pantomime, se calhar a tentativa da autora de colocar algum humor no livro? Não sei mas pareceu-me forçado.

Gosto especialmente das diferentes perspectivas entre personagens, dá realmente um outro toque ao livro. Seria era bom que, tal como uma personagem teve uma progressão, que a outra personagem tivesse também. Parece que faltou ali qualquer coisa... 

Em suma, o livro fez-me como que lembrar quase os livros da Sophie Kinsella mas como já não sou grande fã da Kinsella, este livro ficou então muito aquém para mim. Sei que existem mais livros da Beth O'Leary muito amados na comunidade dos livros mas eu fico-me por aqui. 

Para quem gosta deste tipo de romances ou precisa de um romance daqueles para ler na praia, esta leitura se calhar é perfeita para vocês. Se querem algo com um pouco mais de substância, se calhar é melhor não pois acabam um pouco desiludidos como eu. 

Obrigada na mesma Manganett pela tua recomendação, se calhar agora tento a tua recomendação de thrillers, LoL.

E vocês, já leram este livro? Gostaram ou ficaram assim como se soubesse a pouco?
Já agora, gostam de rom-coms?