10 de março de 2018

Eu quero o meu corpo de volta


Eu sei que parece muito vaidoso ou superficial da minha parte... que podia dar-me por contente por estar sã e com um bebé saudável. Mas a verdade é que este sentimento não se vai embora: eu quero o meu corpo de volta.

A verdade é que engordei muito durante a minha gravidez, perto dos 30kg. Mesmo a andar e a comer saudável, não foi uma coisa que pudesse controlar... aliás, passei quase toda a minha gravidez sem uma estria e nas últimas semanas como a minha barriga aumentava 5 cm de semana a semana, não havia creme que me valesse e acabei por ficar cheia de estrias.
Porém, na verdade, não são as estrias que me perturbam, eu vou usá-las com orgulho... é o facto de as minhas roupas não me servirem e não me sentir confortável com nada.
Depois não ajuda que nos media as fotos e as representações de um pós-parto sejam mulheres que voltaram às suas roupas antigas no dia a seguir a terem o bebé.

E vocês dizem: "então mas C. o que tens a fazer é comer saudável e fazer exercício." Eu sei que vai soar a desculpa mas... neste caso é mais fácil falar do que fazer.
É preciso cuidar do bebé e no primeiro mês é sempre bastante difícil pois o bebé ainda não tem uma rotina. Além, claro, de que estamos a recuperar... seja parto normal seja cesariana.
O nosso corpo é fantástico, gerou uma vida perfeita e agora está a nutri-la. Por isso mesmo precisamos de cuidar dele... não necessariamente por nós mas pelo nosso bebé que precisa imenso de nós.

Quando o Príncipe fez um mês, ganhei coragem e pesei-me. Estava com 75kg, ou seja, tenho que perder perto de 15kg para voltar ao meu peso anterior a estar grávida mas, na verdade, ficaria feliz em apenas caber nas minhas roupas independentemente do meu peso.

Agora que passou mais de 4 meses e me sinto melhor das costas (e de tudo o resto) vou re-começar a fazer exercício... e se quiserem partilharei aqui a minha jornada com vocês. Que acham?

7 de março de 2018

PoTD: update 6

Ora cá estamos para mais um update ao desafio Photo of The Day, que tal como já tinha explicado antes, consiste em colocar no Instagram uma foto por dia: que vai desde as minhas aventuras pelo UK, como das viagens que fiz ou ainda dos meus guilty pleasures fotográficos e muito mais... Espero que gostem!





Nota: não tenho o meu Instagram público mas se me quiserem seguir basta adicionarem @her.royal.highness742.

3 de março de 2018

Consulado




Antes de mais, gostaria de deixar claro que uma das coisas que mais odeio é burocracia... então esta "aventura" foi passada com muito stress e frustração.
A principal razão pela qual nós tivemos que tratar de documentação portuguesa com alguma "pressa" foi porque queríamos viajar 3 meses depois do Príncipe nascer. Por isso ainda bem antes dele sequer estar pronto para sair já eu andava pelo site do Consulado.
Tivemos imensa sorte pois uma amiga minha aconselhou-nos imenso e então eu sabia o que fazer. 

Gostaria também de mencionar que em termos de responder aos meus emails com todas as dúvidas e mais algumas, o Consulado foi espectacular. Nunca tive que esperar mais que dois dias para obter uma resposta...
Uns bons 3/4 meses antes da minha data prevista para o parto, ia quase todos os dias ao site do Consulado para garantir a marcação para o Registo de Nascimento.

Para fazer um Registo de Nascimento no Consulado, é preciso levar o Full Birth Certificate que é obtido quando vamos registar o bebé aqui no sistema. As autoridades do UK dão um Short Birth Certificate e depois podemos obter a Full Birth Certificate, que acabamos por comprar umas 4/5, caso precisássemos para outras burocracias.

Ainda o Príncipe ainda não tinha feito um mês e lá fomos nós para Londres para o Consulado. Em primeiro lugar, tenho a dizer que os funcionários do Consulado foram todos super simpáticos e acho que infelizmente não têm as melhores condições de trabalho.
Na marcação para o registo fomos levados para uma sala atulhada de crianças e pais, em que não dava para abrir uma janela e que estava imenso mas mesmo imenso calor. Passado uns dias recebemos outra marcação para ir fazer o cartão de cidadão, que para tirar a foto foi extremamente interessante... E pensei eu: OK, viemos fazer o registo, viemos fazer o cartão de cidadão, agora não precisamos de nos deslocar mais... a Londres e com o Príncipe. Não, ainda temos que ir mais uma vez para ir levantar o cartão. Eu sei que é assim que se faz em Portugal mas tendo em conta que estamos no estrangeiro e só existe o Consulado como referência, por isso talvez deveriam ter isso em consideração?

Não sei, posso estar a ser um bocado picuinhas... mas que foi uma aventura, isso foi!

28 de fevereiro de 2018

As respostas para as perguntas


Ora aqui vão as respostas da vossa Soberana às vossas perguntinhas...

Pergunta da Lia: Sem questionar as saudades que deves ter da familia, o que mais te falta no Reino Unido que só em Portugal encontras?
R: Agora que estive um mês em Portugal, apercebi-me do quanto eu sinto falta da "vida de café", LoL. Obviamente não é estar lá o dia todo mas ter aquela facilidade de sair, ir ao café, sentar e pedir um cafézinho saboroso.

Perguntas da Andreia Morais: Se, daqui a 5 minutos, tivesses a oportunidade de viajar para um sítio à tua escolha, para onde ias? Livro de cabeceira? Música favorita? Qual é o sonho que ainda te falta realizar?
R: Ora bem, agora com o Príncipe é um bocadinho difícil de viajar mas assim destino de sonho adorava visitar a Escócia. Eu sei! E tão perto! 
O meu livro de cabeceira de momento é "The Prophecy" da Jennifer Armentrout, é o último livro da saga Titan... só espero não demorar séculos a ler, LoL. 
Música favorita é difícil mas de momento qualquer uma dos Eagles of Death Metal. 
Quanto ao sonho, acho que ter a minha casa paga, LoL. Eu sei, super aborrecido mas era um grande descanso!

Perguntas da Mýa: Como te vês daqui a 5 anos? Porquê "O meu reino da noite"?
R: Ora bem, daqui a 5 anos se calhar vejo-me a stressar porque o Príncipe vai começar a escolinha, LoL. Eu gostava imenso de vos contar uma história fantástica sobre o porquê de "O meu reino da noite" mas a verdade é que é bastante aborrecida... na altura em que criei o blog, era apenas para ser apenas para divulgar histórias/romances/etc que escrevesse depois é que tornei num blog mais como diário. Como na altura escrevia mais à noite, acho que foi assim que me lembrei do nome para o blog, LoL. Aborrecido, eu sei.

Pergunta da Simply S.: Foi muito difícil adaptares-te a viver fora de Portugal?
R: Na verdade, não foi muito difícil. Claro que custa, estamos longe da família e amigos porém em contrapartida tinha a minha independência. Mas uma das coisas que me custou bastante no início (e como já mencionei na primeira pergunta) foi não ter a facilidade de ir a um café. Queres sair  depois do jantar, com os amigos, para colocar a conversa em dia? Especialmente durante a noite, isso não existe.

Pergunta da C. Correia: O que te fazia regressar já amanhã com malas e bagagens e um sorriso gigante?
R: A minha profissão ter o reconhecimento devido, tanto como carreira como financeiramente. O que me levou a sair do país foi mesmo a minha profissão, se isso tivesse resolvido? E tanto eu como o Mais-que-Tudo pudéssemos fazer o que gostamos em Portugal? A gente voltava sim senhora... porém isso seria mesmo muito difícil.

Perguntas da Tulipa Negra: Se pudesses ter qualquer profissão no mundo, o que gostaria de fazer? Qual o teu sonho (aquele bem escondido que nem às paredes confessas)?
R: Ora bem, eu gosto muito da minha profissão mas se pudesse ter qualquer profissão, talvez ser uma daquelas pessoas que pagam para ler livros? LoL Isso é que era! Sonho escondido... opá, um grande sonho meu era ser mãe mas felizmente já se concretizou!

Perguntas da Simple Mads: Como te sentes a viver aí? Qual o teu estilo de música? Tens algum curso especializado com a fotografia?
R: Sinto-me bem, aliás se não me sentisse bem não estava cá há quase 6 anos e não comprava casa cá, eheheheh. Epá! Pergunta difícil porque sou bastante ecléctica com o meu gosto musical mas podes sempre explorar Songs that seem like they were written just for you e podes ver que o meu gosto muda com os dias, LoL.

Perguntas da Other Things of LifeQual foi a tua maior desilusão?
R: Acho que a minha maior desilusão foi não poder praticar a minha profissão no meu país... fiquei muito desiludida com o meu país. Fico mesmo triste depois quando vou para fora e quando volto vejo Portugal um bocado parado no tempo.

Perguntas da As Coisas DelaO que mais mudou na tua vida e no blog no último ano?
R: Acho que como podes ver na quantidade de posts sobre bebés, que o que mudou significativamente na minha vida foi o meu Príncipe! E acho que isso depois afectou o blog também pois sempre quis o meu blog como algo como um diário, bastante pessoal, o que levou a mais posts sobre bebés, LoL.


Muito obrigada a todos que vieram deixar as suas perguntinhas aqui no Reino! Espero ter respondido a todas... 

24 de fevereiro de 2018

De volta da primeira viagem...


Tínhamos decidido que ficávamos um mês e foi uma excelente decisão pois as viagens foram bastante maçadoras para o Príncipe... mas acreditam que ele se portou lindamente em ambas as viagens de avião? Ao levantar dei de mamar, dormiu a viagem toda e ao aterrar ficava com a chupeta. Nada de dores de ouvidinhos por isso portou-se muito bem!

Quanto à nossa estadia... aproveitámos para passear sob o maravilhoso sol português e respirar os ares transmontanos. Estava com algum receio com o frio de Trás-os-Montes mas afinal até nem esteve assim tão frio, LoL. O Príncipe passou o seu primeiro Carnaval, vestido de Tartaruga Ninja e conheceu muita família e amigos, o que foi óptimo!
Quanto a mim, fui mais uma vez doar o meu cabelo ao IPO. Não cortei o cabelo durante um ano com esperanças que crescesse o suficiente para doar (o mínimo são 15cm) mas no final foi mais que suficiente, LoL. Agora espero que isto se torne uma tradição anual de crescer o cabelo e depois de o doar... não custa nada! 

O que eu não gostei foi ter a experiência de o quão difícil é de circular na cidade com um carrinho de bebé, aliás circular com um bebé em geral pois além de os passeios simplesmente não estarem preparados para um carrinho, as lojas, cafés, restaurantes, etc não tinham fraldário. O que eu já estava um bocado à espera mas não tão mau! Nem o shopping tinha fraldário e os lugares para famílias eram uma vergonha pois eram do mesmo tamanho dos normais, então para abrir a porta do carro para tirar a cadeira auto, foi uma verdadeira ginástica.

Fiquei tão triste... parece que o meu país está um bocado parado no tempo, ou se calhar só a Bila? O que dizem os meus súbditos por este Portugal fora? Têm passeios onde passa um carrinho de bebé à vontade? Rampinhas nas passadeiras e para entrar nos edifícios? Fraldários disponíveis em lojas, restaurantes e shoppings?

P.S. - fiquei ainda mais triste porque pensei se eu com um carrinho de bebé tinha dificuldades em circular pela cidade, ainda mais dificuldades teria uma pessoa de cadeiras de rodas!

17 de fevereiro de 2018

P & R



Já há imenso tempo que não fazia um "Perguntas & Respostas" aqui no Reino (aliás estive a dar uma vista de olhos e acho que a última vez foi em 2012)... Portanto estejam à vontade para fazerem muitas perguntinhas aqui à vossa Soberana!

7 de fevereiro de 2018

Um maço valioso


Não me recorda se alguma vez mencionei isto aqui no Reino mas o meu Pai nasceu e foi criado em Moçambique. Vindo para Portugal apenas devido ao 25 de Abril... aliás aqui em casa brinca-se que se não fosse o 25 de Abril, os meus pais não se conheciam e nós muito provavelmente não existíamos.
Então, é normal o meu Pai contar imensas histórias de Moçambique: coisas que costumava fazer, brincadeiras que inventava, os amigos da vida airada, a sua antiga casa com uma bananeira no quintal, o cão que atropelava pessoas... entre muitas outras aventuras.

Contudo, a que vou contar hoje foi num momento da vida dele em que nem consigo imaginar o que sentiam. Não sei se têm esta noção mas quando o 25 de Abril aconteceu, nas colónias os portugueses sofreram bastante perseguição, muitos abusados, vendo os seus bens retidos ou roubados e muito mais. Ou seja, além de serem expulsos dos seus lares, muitos foram para Portugal com a roupa do corpo ou pouco mais.

Esta história conta como é que o meu Pai conseguiu levar um pouco dos bens da minha família para Portugal. Como expliquei, devido à perseguição que foram sujeitos, o meu Pai e os meus avós tiveram que sair de Moçambique o quanto antes. Graças a outros familiares, os meus avós conseguiram trazer para Portugal algumas coisas da casa (móveis, fotografias, etc) num barco e o meu pai ia ter com eles de avião uns dias depois. Nos dias em que esteve sozinho, viu o início da destruição. Lojas pilhadas, casas a arder, edifícios vandalizados... provavelmente devido a ter visto o "início do fim", é por isso que nunca mais quis voltar. Diz ele que prefere manter as memórias douradas da sua terra natal, linda e esplenderosa.

Numa tentativa de levar um pouco do dinheiro que tinham no banco (que o meu avô trabalhou arduamente para o ter), o meu pai foi a uma Ourivesaria e comprou uns fios de ouro. Peças de joalharia que se a pessoa estivesse a usar, eram das poucas coisas que quando passavam na segurança do aeroporto, não era confiscadas. Dinheiro na mala ou carteira? Confiscadíssimo. Até volumes de tabaco! E vocês perguntam: então mas o dinheiro era deles, porque é que confiscavam? Pois... infelizmente essa altura não foi muito justa para com as pessoas que viviam nas colónias e os "locais" consideravam que o dinheiro (ou quaisquer outros bens) dos portugueses, lhes pertenciam.

Portanto, com um par de fios de ouro, tinha o resto do dinheiro para tentar trazer... o que é que o meu pai fez? Pegou no maço de tabaco que tinha, tirou metade dos cigarros e colocou-os de lado. No espaço dos cigarros, com a paciência que só o meu pai sabe ter, enrolou as notas de tal maneira que ficavam do tamanho dos cigarros. Fez isso a várias notas e meteu no maço aquilo que conseguiu. Fez a mala, colocou roupa e outras coisas que possivelmente não seria confiscadas... e colocou o maço precioso onde? No bolso da camisa que estava a vestir!
Sim meus caros súbditos, o meu pai levou uma fortuna ao peito e à vista de todos! O maço estava visível e sendo um daqueles maços em que se abre só num lado, o que se via eram os cigarros que o meu pai manteve na parte da frente. Na segurança do aeroporto, onde as pessoas que estavam a confiscar os bens (com metralhadoras para impor respeito), revistaram o meu pai, deixaram passar os fios e, depois de inspeccionar a mala, o segurança aponta para o maço de tabaco. O meu pai depois de ter visto tantos volumes de tabaco a serem confiscados, diz isto:

"É tabaco para aguentar a viagem." - pega no maço, agita para sair um cigarro e aponta para o segurança. "Queres um?"

O segurança diz que não, que não fuma e deixa passar o meu pai! Parece impressionante mas a história não acaba aqui... Já no avião, uns senhores sentados ao lado do meu pai, começam a abrir as malas e a tirarem a pasta dos dentes. 
Ora bem, naquela altura a pasta dos dentes vinha numa embalagem de um certo metal e dava para abrir no fundo. Então, abrem o tubo da pasta dos dentes e começam a tirar pedacinhos de plástico de dentro, que o meu pai repara que continham notas dobradas lá dentro. O senhor que estava nestes preparos vira-se para o meu pai e diz que aquela maneira foi o que lhe ocorreu para tentar levar algum dinheiro com ele, enquanto que o volume de tabaco acabou confiscado.
Ao qual o meu pai, muito calmamente, tirando o maço de tabaco do bolso frontal da camisa, abre-o, tira o dinheiro enrolado e oferece uns cigarros ao senhor.

"Epá, como é que não me lembrei disso!!"

O meu pai diz sempre: "Vocês deviam ter visto, o senhor tinha as mãos cheias de pasta dos dentes e a cara dele disse tudo! Além de que nunca viajei num avião com um cheiro tão intenso a mentol, Lol."