18 de dezembro de 2017

Experiência pessoal vs. Experiência profissional


Respondendo à Denise que escreveu: "Uma coisa que poderias falar noutro post, caso queiras, claro, é se a tua experiência profissional te faz ver o parto de outra forma. Eu confesso que morro de medo só de pensar nisso, nas dores e em tudo o que implica. Certamente que também deves ter tido alguns receios, mas viste esse momento de outra forma?"

Ora bem, como tinha mencionado no post O grande dia, o facto de eu ser profissional de saúde e que ainda por cima faz Obstetrícia em Bloco Operarório, é uma espada de dois gumes.
Sou privilegiada pois sabia o que era esperado... claro que uma coisa é passar pela situação outra coisa é na teoria mas assisti a tantos partos e cesarianas, que sabia as melhores técnicas, o que era esperado de mim e as minhas opções para cada etapa.
Contudo, tem o outro lado da moeda. Eu sei o que pode correr mal, quando está a correr mal e quando as coisas não estão muito bem.

No caso específico do meu parto, eu sabia que o Príncipe não estava bem porque vi a equipa de Pediatria. Se eu não fosse de saúde provavelmente não iria dar conta pois o resto da equipa manteve sempre a calma.
 Se calhar por ver o parto de uma forma mais clínica do que o normal, eu em toda a minha gravidez e já no hospital, fui com um pensamento na minha cabeça: ter uma epidural e depois puxar este bebé cá para fora!

Quanto ao assunto da epidural, há pessoas que são a favor (que não há necessidade de a mãe passar por aquela experiência traumática) e pessoas que são contra (que desde o inicio dos tempos que as mulheres têm bebés sem epidurais e que menos intervenção médica é o melhor). Não estou a dizer que concordo apenas com um lado... mas, como disse antes, ser profissional de saúde é bastante ingrato quando nós é que somos os doentes.
Já vi muitos partos em que são arrastados pois a mãe com as dores não está a dilatar ou que é preciso uma anestesia mais "em cima do joelho" se for necessário ir para o Bloco Operatório (se tiver epidural, a anestesia já está feita), entre outras coisas... além disto, tenho uma escoliose e tinha receio que não fosse suportar as dores de costas juntamente com as dores do parto. Há vantagens e desvantagens... tal como em tudo. No meu caso tive a imensa sorte de saber quais são os melhores anestesistas, poder escolher e até ter o número de telefone pessoal caso não tivessem a trabalhar. Eu escolhi ter uma epidural por estas razões e muito mais, é uma escolha pessoal. Apreciava respeitarem a minha decisão.
Tenho a sensação que divaguei um bocado mas espero ter respondido à tua pergunta!

E vocês, caros súbditos, gostariam de fazer alguma perguntinha?

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu levei epidural estava com apenas 2 dedos de dilatação. Deram sem eu pedir, para passar a noite descansada pois foi parto induzido. Mas posso dizer que foi a pior coisa que fiz. A epidural nao deve ter sido bem dada e eu passo todo o trabalho de parto com dores horríveis na mesma. E com uma sensação na perna direita mesmo péssima. Parecia um membro estranho. Dois so de passar a mão. Mas ao mesmo tempo era dormência. E não a conseguia mexer, por muito que o meu cérebro tentasse que ela se movesse nao dava. Vieram várias vezes aplicar mais doses para as dores e passado 15 minutos voltava tudo. Aí da me tiraram um pouco o tubo da epidural pois podia estar demasiado para dentro. Mas nao adiantou. Tenho quase a certeza que foi dada no sítio errado.

Andreia Morais disse...

Tem o seu lado tranquilizador e stressante também, precisamente porque tens um conhecimento mais aprofundado do que pode correr bem e do que pode não correr tão bem

Love Adventure Happiness disse...

Pois o conhecimento de causa tem tanto de bom como de mau... Mas correu bem que é o que interessa e o príncipe está cá fora saudável e lindo :D

Andreia Morais disse...

r: Pois, acredito :/

Daniela disse...

Acho que respondeste, obrigada :)
Para mim, continua a ser algo completamente assustador; acho que nunca lidei muito bem com a dor física, costumo ser muito sensível.

Beijinhos

C. Correia disse...

Como costumo dizer, cada um sabe de si! O pequenino está cá fora feliz e cheio de alegria e a mãe está bem. Que mais importa? :)

Bjinhos!