Em primeiro lugar, gostaria de frisar que não há consenso na comunidade de psicólogos e terapeutas relativamente a este assunto, aliás isto até é mais usado em terapia para casais, mas para quem nunca ouviu falar do tema, vou explicar de forma muito breve e em consideração os profissionais que efectivamente concordam com o assunto.
Love languages ou as linguagens do amor que as pessoas em relações afectivas usam para demonstrar o seu amor e afecto entre si, estão divididas em 5 categorias. Temos então: physical touch (toque físico), words of affirmation (palavras de afirmação), quality time (tempo de qualidade), receiving gifts (receber presentes) e acts of service (acções ou serviços).
O pensamento por atrás é que cada pessoa expressa o seu amor de maneira muito própria, "na sua própria linguagem", e numa relação uma pessoa pode expressar de uma forma e a outra pessoa de outra, não falando assim a mesma "linguagem". Ou seja, mesmo quando duas pessoas se amam muito, ambas podem não sentir o amor da outra pois é numa outra linguagem.
Por exemplo, psychical touch é a primeira linguagem que aprendemos como crianças, que é crucial para o nosso desenvolvimento, aliás esta linguagem é crucial para qualquer relação: segurar as mãos, beijos, abraços e miminhos, libertam hormonas mas para pessoas em que esta é a sua love language, é o toque físico que faz com que se sintam verdadeiramente amadas.
Em words of affirmation, a pessoa precisa de se sentir apreciada, recebendo comentários positivos ou elogios, seja pelas acções ou simplesmente "gosto muito de ti".
Em quality time, é a pessoa receber undivided attention, ou seja, actividades em que sinta que a outra pessoa esteja a dedicar aquele tempo somente para ela.
Quanto a receiving gifts, é literalmente receber presentes, que pode ser apenas uma flor selvagem apanhada no jardim, seja uma caixa de chocolates ou um livro... Estas pessoas sentem-se apreciadas assim.
Relativamente com acts of service, é o equivalente de "acções falam mais alto", no sentido que se sentem verdadeiramente amadas quando a outra pessoa limpa a casa, por exemplo, ou cuida da roupa ou ainda trata das compras de mercearias.
Portanto, como disse, duas pessoas podem ter duas linguagens diferentes, por exemplo, (e vou utilizar como exemplo uma relação heterosexual) um homem que está constantemente a oferecer massagens à sua mulher, enquanto que ela lhe está sempre a dizer o quão fantástico ele é como marido e como pai. Mas a verdade é que o homem procura o toque, preferindo talvez uma massagem da mulher, enquanto a mulher deseja que o marido afirme e reconheça o que ela faz pela família. Isto é extremamente interessante, especialmente em terapia de casal ou simplesmente descobrir num teste online qual a sua love language, e ver se faz sentido na sua vida e nas suas relações, além dos problemas que nela tem ou teve.
Muito interessante mas... A minha dúvida é outra!
A minha verdadeira questão é: será que nós nos amamos a nós próprios na nossa própria love language? Ou seja, se a nossa love language é words of affirmation, dizes em voz alta (ou escrever num journal) a ti próprio(a) o quanto és espectacular ou elogiar as coisas boas que fazes? Ou se és quality time e dedicas umas horas para fazer algo somente para ti? Ou ainda se és physical touch e marcas um spa day de vez em quando? Ou se és receiving gifts, se no final do mês compras um miminho só para ti? Ou se és acts of service que tal fazer algo como voluntariado?
Seja que linguagem for, será que te amas na mesma linguagem? Porque mais difícil do que aprender a amar outra pessoa, é mesmo aprender a amarmos a nós próprios.
1 comentário:
Passando, lendo, gostando muito, e desejando a
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Continuação de boas festas. FELIZ ANO NOVO.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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