Quando fui à consulta de psicologia para saber como estava o meu "quinto-andar" depois de ter passado um caso bastante horrendo de baby blues, perguntaram-me pelo parto e como correu... foi quando senti o monstro da culpa a segurar os meus ombros, a empurrar-me para baixo.
Em nada no meu parto e como correu, eu mudava alguma coisa. Foi tudo controlado, correu tudo bem no final...
Perguntaram-me então porque é que me sentia tão culpada.
Em loop na minha cabeça passava a lenga-lenga de que eu não me podia queixar. Eu não podia chorar. Eu não podia ter ataques de pânico. Eu não podia sentir nada a não ser pura felicidade por estar bem fisicamente e ter um bebé saudável.
Eu que vejo no trabalho tudo o que podia correr mal... Que vejo bebés como verdadeiros guerreiros a lutar para viver. Que vejo mães a perderem algo. Que vejo mães a não ter um bebé para segurar. Eu pensei isto tantas vezes enquanto tinha o Príncipe nos braços.
"Tu não tens o direito de te sentir assim", dizia para mim própria.
Foi então que me disseram que não podia ser tão crítica de mim própria, que por ver a desolação das outras pessoas, que isso não invalidava o que sentia.
Por isso, mãe que estás desse lado, que viste alguém a sofrer ou vês no teu trabalho tudo o que pode correr mal... Tu também és importante!
O que sentes também conta. O que pensas é tóxico para ti mas não faz de ti má mãe, apenas faz de ti um ser humano.
Pois a ansiedade não escolhe a vida que temos...
7 comentários:
Concordo plenamente, não podemos ser tão exigentes connosco mesmos. Se não estamos bem é porque algo se passa e deve ser resolvido. Mas, para além disso, também acho importante ter esse olhar em redor e pensar que poderia ser bem pior. Porque na verdade, há sempre pessoas que estão piores do que nós, mas isso não impede que estejamos mal
É tão importante termos bem presente esta mensagem! Porque contamos e temos que lutar por nós
Gosto imenso dos teus textos mais intimistas.
Não te sintas mal, és guerreira do norte pah ;)
Todos sofremos e todos temos lutas diferentes. Um ter uma história mais elaborada ou difícil que a nossa não invalida que também a nós doa.
Estás cá e ele também, agora isso é tudo o que interessa =)
Afinal de contas, ninguém é de ferro.
Tão, mas tão verdade e sim ninguém entende...
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