Quando soube que iria ter turnos de 10 horas (seguidas, obviamente), pensei que não iria aguentar e afinal as horas acabam por não custar a passar. Preferia estar já a trabalhar, contudo no período de integração é maioritariamente de observação, até porque ainda me falta ir à consulta da Occupational Health para me darem a autorização para trabalhar em áreas de risco. Terei que fazer análises ao sangue e receber uma vacina… Pobre de mim. O que uma pessoa faz para trabalhar, LoL!
Então nestes primeiros turnos, até estar tudo ultimado e ter todos os assessments (porque aqui, por exemplo, para puncionar no NHS é preciso um curso para tal), tem sido mais de observação. Deixa-me um pouco frustrada porque me faz lembrar os estágios mas por outro lado, ainda bem que assim é porque eu não sei metade dos nomes dos instrumentos. Até mesmo os enfermeiros ingleses dizem que nem eles sabiam no início os nomes daquela coisa toda, quanto mais os portugueses! Então tenho estado a tentar memorizar o máximo de nomes, termos técnicos, medicação e afins, para quando for mesmo “trabalhar a sério” estar muito mais preparada e confiante. Nesse aspecto (e muitos outros) os ingleses não brincam em serviço…
O que eu vos queria contar mesmo é que após alguns turnos, o que faz com que as horas passem bem ou não custem tanto a passar, é efectivamente a equipa onde estamos. Houve então um turno desta semana que me vai ficar no coração. Conheci um TSW (que é o homónimo a um auxiliar especializado em Portugal), um amor de pessoa, que me ensinou muito, riu-se das minhas piadas estúpidas, orientou a minha postura no serviço, meteu-se comigo para não estar lá feita parva a olhar, aconselhou-me nesta minha nova etapa… É daquelas pessoas que ficam logo no coração, tal é o carinho! Fiquei mesmo feliz por saber que existem pessoas assim no meu serviço. Obrigada senhor I., com certeza ao longo da minha vida profissional (e até pessoal) irei lembrar-me muitas vezes do que me disse e ensinou!