17 de dezembro de 2022

Eleanor Oliphant Is Completely Fine (opinião SEM spoilers)

 


Ora bem, eu percebo as mixed reviews deste livro da autora Gail Honeyman, pois acredito que não seja para toda a gente. É um livro estilo slice of life, com um sentido de humor muito próprio e um bocadinho de mistério. Contudo, o que adorei mesmo foi a retratação a nível psicológico...

Acho incrível a forma tão acessível de como a autora fala sobre a negação, no segurar da rotina pelas pontinhas dos dedos, o declínio e depois os passinhos de bebé da cura... mas o que gostei foi mesmo a mensagem de que por vezes basta uma voz amiga para fazer toda a diferença e que, por mais que a gente queira, não somos uma ilha.

Adorei o mini plot twist no final! Quando pensamos que já sabemos tudo da personagem, a autora lança-nos um pedaço de informação que nos faz reavaliar quase o livro todo. Gostei bastante.

Porém, no final mesmo, sentia-me a ficar desiludida com o final do livro mas rapidamente abandonei tal sentimento pois é perfeito para a mensagem do livro. Com um bocadinho de mistério, incerteza mas ao mesmo tempo, esperança.

Na minha modesta opinião, existem muito livros que têm hype desnecessariamente pela comunidade do BookMedia fora, mas este? Devia ter bem mais. Pode não ser um "best book ever" mas é uma excelente leitura!

E vocês, já leram este livro? 


P.S. - Por acaso, ouviram por acaso o audiobook? Adoraram o sotaquezinho escocês? 


10 de dezembro de 2022

Carrie Soto Is Back (opinião SEM spoilers)

 


Quando acabei este livro, quase ia atirando o kindle à parede... esta mulher é mesmo um demónio a escrever!

Quase não tenho palavras... apesar de ser um livro com um tema que sei muito pouco ou quase nada, temos uma jogadora de ténis com uma personalidade muito específica, que passa por toda uma viagem. 

Aprendemos com ela que nos podemos dedicar a algo, simplesmente pelo amor e pela diversão. Não temos nada a provar a ninguém. Apenas a nós próprios, que somos humanos e não infalíveis. 

Para quem está a pensar em ler este livro (isto vindo de quem já leu tudo o que Taylor Jenkins Reid tem para oferecer, de momento), na minha opinião, não está ao nível do Daisy Jones ou da Evelyn Hugo mas não deixa de ser um livro fantástico, com um enredo de me deixou na pontinha da cadeira. Enquanto nos outros a autora dissecava emoções e a condição humana, acho que este livro se focou mais numa mensagem.

Eu já disse e volto a dizer, desta autora eu leio até a lista de compras dela. Prova disso é que acabei de ler um livro sobre ténis, um desporto que percebo bola (pun intended), relativamente técnico e mesmo assim, cheguei ao final a querer saber mais!

E vocês, já leram este livro? Ou já leram algo da autora?

 

2 de dezembro de 2022

Jane Eyre (opinião SEM spoilers)



Apesar de pelo menos metade do livro ter estado a ler com aquela atitude de "vamos lá ver o que vai acontecer", a verdade é que a certo ponto não consegui largar o livro da autora Charlotte Bronte e não descansei enquanto não o acabei.

Vamos começar com o que gostei deste clássico… Adorei a voz da personagem principal! Estava eu à espera, de um livro de 1847, que a personagem principal feminina fosse uma coitadinha (que vocês sabem o quão alérgica eu sou a personagens assim) e, na verdade, Jane Eyre sofre de tudo menos de “coitadice aguda”. A autora conseguiu que a personagem fosse desafiadora, impetuosa e até um pouco ousada mas também aliada a grandes valores e humildade.

No início, apesar de a história se desenrolar talvez um pouco devagar, tem aquele mistério com aquela pitadinha de terror gótico. O que alicia o leitor a querer saber mais e avançar na história. Quando damos por ela, estamos completamente embrulhados no drama de faca e alguidar! Que, muito honestamente, já tinha saudades. Gosto de vez em quando ler clássicos que tenham precisamente isso, vidas dramáticas, amores impossíveis e intrigas catastróficas.

O que é que eu não gostei? Não gostei de nenhuma das personagens masculinas. Vocês sabem… Aquelas. Não quero dizer nomes nem dizer muito mais devido a spoilers para quem ainda vai ler este livro mas basicamente a Jane Eyre, a personagem, foi de mal para pior em termos afectivos. Quando eu pensava que ela podia encontrar qualquer coisinha melhor, ela vai e encontra algo bem mas bem pior, que me faz pensar “Ah, o outro afinal não é assim tão mau.” Não sei se foi esse o propósito da autora, LoL. No entanto, o interessante é ver como com estes relacionamentos, podem ainda ser revistos nos dias de hoje.

Resumidamente, com este livro com descrições lindíssimas mas não fastidiosas, seguimos a vida de Jane Eyre desde a sua infância complicada até à sua vida adulta com muitas aventuras pelo meio. Se esperam um clássico cheio de pó e mofo deste livro? Desenganem-se!

Muito obrigada @barbara_castro_lima  por me teres não só oferecido este clássico maravilhoso, como esta edição lindíssima!

Já leram este livro? Se ainda não leram, do que é que estão à espera?

25 de novembro de 2022

Ready Player One (opinião SEM spoilers)


Se o pessoal acha a série "Stranger Things" saudosista, então este livro é o expoente máximo! O que acaba por ser ligeiramente deprimente pois... toda a premissa é nostalgia dos anos 80/90 e quer dizer, estando em 2040 e tal, não houve mesmo mais nada depois desses anos, merecedores de seguidores geeks? Como disse, deprimente.

O livro acaba por ser uma ode a imensas pessoas que cresceram geeks e acredito que o livro tenha atingido o seu nicho. Contudo, o livro não deixa de ser, na sua essência, uma treasure hunt com componentes futurísticas.

Acho que acima de tudo foi o que me desiludiu no livro, o facto do autor poder ter explorado mais o "futuro" que escreveu pois, de facto, uma população a viver de avatars e contas online? Já conseguimos ver isso mesmo! Daí dizer que, além dessa pequena crítica social, o autor podia ter esmiuçado mais, tornando o livro mais interessante e tendo mais do que apenas a glorificação da nostalgia geek.

Romance? Preferia que não houvesse, muito honestamente. Apesar de perceber o seu propósito ao longo do livro, mas aquele final? Revirar de olhos automático.

Acho que estou a ser demasiado severa na minha opinião porque muito do que foi mencionado tocou no meu coraçãozinho geek. Aliás, o último filme mencionado, mereceu logo um sorriso meu! Mas infelizmente foi apenas isso... aliciou a minha veia geek e, infelizmente, nada mais.

Mentira! Deu, também, para participar no fantástico #syfiachallenge organizado pela @thedailymiacis e @aoutramafalda !

19 de novembro de 2022

A evolução do BookMedia, parte 2

 


Outra evolução, nestes quase 4 anos, que me deixa sempre de sorriso nos lábios é a forma de como a literatura está a ser consumida. 

Quando eu entrei para o BookMedia e explicava que tinha um e-reader, a resposta era automaticamente de renegação. Era uma blasfémia para os deuses da literatura, ter e-books e ostracizar o formato físico. Bravavam aos céus como é que era possível!

“Eu nunca conseguiria separar-me dos livros físicos. Preciso de sentir as páginas. Sentir o cheiro… et cetera.” Agora essas mesmas pessoas fazem stories a dizer o quão maravilhadas estão com o seu e-reader e como a leitura se tornou muito mais cómoda devido aos benefícios que os e-books apresentação. 

Vejo também um aumento, apesar que pequeno, do consumo de audiobooks. As mesmas pessoas que diziam que audiobook não era a mesma coisa que um livro, são as mesmas maravilhadas por audiobooks com full casts ou uma narração com efeitos especiais, oferecendo toda uma outra dimensão à história apresentada. 

Já para não falar de mais e mais pessoas mostrarem com paixão histórias maravilhosas em banda desenhada (e até BD nacional) seja em formato físico ou até em webcomic!

É lindo ver que lentamente o bookmedia português está efectivamente a evoluir. Em contrapartida, vejo cada vez mais pessoas a ler em inglês em vez da sua língua nativa mas isso… é todo um outro assunto para outra altura. 

Mais, uma vez, o BookMedia nunca morre mas, simplesmente, transforma-se. E eu estou mortinha para ver a próxima evolução!

Agora, bom bom, seria o mercado evoluir com os seus leitores. Mas uma coisa de cada vez, não é?


P.S. – BookMedia = bookblog, bookstagram, booktube, booktok, bookcast, et cetera.

12 de novembro de 2022

A evolução do BookMedia, parte 1

 

Tive que ir verificar tanto no blog como nos meus primeiros posts do instagram porque definitivamente datas não é comigo… mas comecei a escrever no blog em 2009. Comecei o instagram (diz nos registos 2019 mas tenho a sensação que tinha começado mais cedo, tal é a sensação de que já estou aqui há imenso tempo, LoL) e lentamente me inseri na comunidade bookstagram portuguesa. 

Isto para dizer o quê?

Apesar de nunca me ter inserido numa só “caixa” e de ter seguido pessoas não só no bookstagram como também, pelo resto do BookMedia fora. Pois felizmente, o BookMedia nunca morre mas, simplesmente, transforma-se. E é precisamente isso que quero falar.

Nestes quase 4 anos, vi realmente uma evolução. 

Primeiramente foi o derrubar a segregação do BookMedia (que felizmente muitas das contas novas não conhecem). Onde de um lado estava o bookstagram e o outro o booktube, as duas grandes plataformas da altura. Mas havia também algumas pessoas em neutralidade, qual Suíça no meio da Europa. E eu era e sou uma dessas pessoas. 

Pois a minha visão é que são diferentes plataformas mas a paixão pelos livros está lá na mesma. São diferentes formas de produzir conteúdo para diferentes formas de consumir conteúdo. 

Como dizem os livros do meu filho, diferente não significa que seja mau, é simplesmente um resultado da maravilha que é a diversidade. 

Há toda uma aura de inclusão, em termos de plataformas, e isso é lindo de se ver! Claro, que nem tudo é um mar de rosas e muitas das vezes é preciso relembrar que por detrás de qualquer conta do BookMedia está uma pessoa, que pode não ter os mesmos gostos que nós ou os mesmos objectivos que nós em termos do conteúdo produzido. 

Muitos vieram para o BookMedia para partilharem o amor pelos livros e além disso, divertiram-se e criaram amizades. Espero que esse espírito nunca mude ou morra. Isso sim é o mais importante!


P.S. – BookMedia = bookblog, bookstagram, booktube, booktok, bookcast, et cetera.


4 de novembro de 2022

Son of the Shadows (opinião SEM spoilers)


 Que viagem que tem sido por Sevenwaters!

Em primeiro lugar, é super difícil comparar entre o primeiro e o segundo livro pois acho-os bastante diferentes. Mas é na mesma uma história que nos agarra, não só pelo enredo mas também pela escrita.

Aliás, quando mostrei que estava a ler a saga, várias pessoas me disseram que o segundo livro é que ia ser e que é muito melhor! Infelizmente, não fiquei com essa sensação... para mim, o primeiro (apesar do início lento) acho bem melhor que o segundo.

Contudo, obviamente o segundo continua a ser uma leitura e tanto! Pois ao contrário do primeiro livro, agarra-nos logo desde início. Com uma heroína diferente mas ao mesmo tempo igual e sim, eu sei que não faz muito sentido, mas eu tenho a sensação que a autora é exímia a apresentar-nos personagens femininas fortes, fora das convenções normais. Seja por forte lealdade, seja pela sua integridade, et cetera.

O romance presente neste livro é diferente, o que não é necessariamente mau (é mais imediato e a mim pareceu-me muito aquela trope de "I can fix him", que eu não aprecio necessariamente) mas acho que neste faltou mais magia.

Contudo e porém, não deixou de ser uma leitura simplesmente fantástica! Com personagens brutais, com um lore maravilhoso e uma escrita lindíssima!

Mais uma vez, obrigada @aoutramafalda por me teres oferecido estes livros. #omelhordoslivrossãoaspessoas

Já leram esta saga? Que acharam deste livro? E sejam, sinceros... o terceiro vai ser murro no estômago, não vai?


28 de outubro de 2022

TAG - Perguntas Literárias

 


Em vez de um wrap-up, este mês decidi responder a uma TAG. Obrigada @osdevaneiosdatim pela sugestão!


📌Um livro que influenciou a sua vida

Acho que todos. E vocês pensam: epá, mas que resposta mais cliché! Mas a verdade é que os bons fizeram-me pensar, fizeram-me sentir e os maus fizeram-me saber aquilo que eu não gosto numa narrativa ou história.


📌Gostarias de ser escritora?

Talvez pela questão que a escrita para mim sempre teve um expoente terapêutico, vou responder que sim. Contudo, sou também uma pessoa com noção e sei que não tenho já o vocabulário para escrever em português.


📌Livros físicos ou e-books?

Todos. Físicos, e-books e audiobooks… só não leio em braille porque não sei. Seja que formato for, o que eu quero é consumir o livro e a sua história.

📌Qual o teu pior hábito de leitura?

Comodismo… Ler no kindle (porque tem luz integrada e posso aumentar a letra) em vez de ler o livro físico que tenho na estante. Mas convenhamos podia ser um hábito bem pior.

📌Gostas quando um livro é adaptado ao cinema/televisão?

Vou fazer batota com esta pergunta (no surprises there). Porque toda a gente fala de livros a serem adaptados ao cinema mas ninguém fala no reverso. Eu sei que estes filmes que vou mencionar são um antro de memes e de piadas mas tirem as lutas e os tiroteiros... e o que me colou na saga John Wick foi: as regras das guilds; os pactos de sangue; Continental, et cetera. No final do primeiro filme fui procurar se havia livros porque queria saber mais do sistema de crime organizado mas não havia. Por isso, gostava que estas personagens e mundo criminoso fosse explorado em condições num livro.

📌Livros que deviam ser banidos da escola

Pessoalmente acho que nenhum livro devia ser banido mas eu deixo esse tema com a expert do assunto, a @wordsalacarte_nights

📌Preferes ler um livro de cada vez ou vários ao mesmo tempo?

Ora bem, eu como gosto de ler em vários formatos, normalmente estou sempre com dois ao mesmo tempo. Um em formato físico/e-book e outro em audiobook, que geralmente são de géneros diferentes pois assim não me baralho toda.


Espero que tenham gostado e estão à vontade para a fazer!

21 de outubro de 2022

Daughter of the Forest (opinião SEM spoilers)

 


Normalmente, só faço opiniões das sagas completas mas vou abrir uma exceção, não só pelo livro em si mas porque quero dar entrada do mesmo para a Olympus Marathon.

A escrita da autora é simplesmente soberba. No caso da Juliet Marillier, não só nos deu um livro com uma história simplesmente maravilhosa que engloba um retelling das lendas “Children of Lir” e “The Six Swans”, com imenso folclore celta, como nos deu um livro com uma escrita lindíssima, com descrições que parece que estamos no meio da floresta com a personagem e com relativamente pouco diálogo, uma evolução de personagens brutal. O livro é centrado numa personagem feminina forte mas não no sentido que se vê em muitos livros de agora, com personagens sarcásticas, poderosas, fisicamente fortes… mas sim no sentido de obstinada, leal, inteligente e carinhosa.

Existe uma cena em particular que é difícil de ler mas acho que a autora fez jus à situação, dando também um pesar nas cenas futuras. Só estou a dizer isto porque em conversa me disseram que a autora se arrepende de ter incluído a cena de como incluiu mas por mim, não mudava nada.

Já leram este livro? Se já leram a saga... sejam sinceros comigo, vou também sofrer no segundo livro? É que é para me ir mentalizando, LoL.

P.S. - obrigada mais uma vez @aoutramafalda por me teres não só aconselhado este livro como oferecido.

14 de outubro de 2022

Where the Crawdads Sing (opinião SEM spoilers)


 Em primeiro lugar, quero falar da escrita da autora: simplesmente lindíssima! Com descrições e analogias maravilhosas, não chegando ao ponto de ser densa ou com demasiados floreados.

Acho que se tivesse que usar duas palavras para descrever a escrita da autora seria: gentil e naturalista. Isto porque a inclusão de elementos da natureza é uma constante neste livro, com animais, vegetação ou paisagem.

Depois adorei o facto de haver um entrelaçamento de romance e thriller neste livro. Já para não falar que, eu cada vez mais me apercebo, que eu aprecio muito um livro que tenha duas linhas temporais que lentamente se convergem na narrativa.

O que eu menos gostei, no entanto, foi a resolução do livro em si.

Na parte do romance, tendo em conta o build-up e a jornada da personagem, pareceu-me apressado.

Na parte do thriller, porque algumas coisas ficaram por responder (o que não é necessariamente mau) mas o que eu não gostei foi algo que parecia ser contra a personalidade que nos é apresentada da personagem. Daí mencionar as coisas que ficaram por responder, pois se houvesse certas respostas, então ficaríamos a perceber aquela atitude "fora da caixa".

Resumindo, acho que a a resolução final seja apressada para o build-up do livro mas isso não me impediu de simplesmente ter adorado a narrativa e tudo que é descrito.

E, por fim, quero agradecer à Sara por ter, não só pensado em mim depois de ter lido este livro, mas também por me o ter oferecido!

Já leram este livro? Conheciam?

7 de outubro de 2022

A thank you note

 


Nestas últimas semanas, finalizei duas leituras de livros que ambos me foram oferecidos. Ambas as leituras foram maravilhosas e como que escolhidas a dedo de quem me conhece bem, sabendo perfeitamente que estes livros me iriam encher o coração.

Já não é a primeira vez que menciono que eu entrei no BookMedia, sem qualquer expectativa e passado uns tempos tinha não só encontrado a minha tribo, como fiz amizades. Mas daquelas amizades fortes, que lentamente foram para além dos livros e agora não vejo a minha vida sem elas.

Apesar de às vezes não falarmos tanto, o tempo passa mas a amizade está lá na mesma. Basta apenas uma mensagem ou eu mandar um algo que me fez lembrar delas... A nossa maneira de dizer: estou viva, simplesmente a vida meteu-se pelo meio mas continuo a pensar em ti.

Este mel todo para dizer o quê? Eu acredito piamente, agora mais do que nunca, que oferecer livros assim. Algo dentro dos parâmetros de “eu li este livro e acho que também vais gostar” ou então também “vi este livro e acho que é a tua cara”… É uma linguagem de amor.

Agradeço todos os dias pelas pessoas que me rodeiam. As verdadeiras. Aquelas que me incentivam para ser a melhor versão de mim mesma e por acarinharem a minha personalidade meia chanfrada. Os presentes e as leituras fantásticas? São um bónus.

Mas, e vocês? Também já passaram por algo assim?


P.S. - este postal foi-me oferecido pela @aoutramafalda , que sabe como eu adoro este tipo de padrão melancólico. 

30 de setembro de 2022

The Promised Neverland series (opinião SEM spoilers)

 


Já não é a primeira vez que falo desta manga por aqui mas, agora que a acabei, vamos recapitular...

Eu comecei a ler este manga devido a um desafio da @thephoenixflight : lê apenas o primeiro volume.

Tal e qual, bastou o primeiro volume para ficar viciada! O pior, no entanto, é que não posso dizer muito pois acho que tira a experiência de leitura. Esta é mesmo uma daquelas leituras em que quanto menos se souber, tanto melhor!

Vocês gostam de ler mangas? Quais são as vossas recomendações?

23 de setembro de 2022

Dolly Parton: my life and other unfinished business (opinião SEM spoilers)


Acabei este audiobook e adorei mesmo ouvir o livro que é narrado pela própria Dolly!

Adoro o sotaque da mulher e além disso, ela tem uma forma emotiva de se expressar, já para não falar do seu maravilhoso sentido de humor.

Então não é que este meio metro de gente, não só ameaçou o Silvester Stalonne como lhe ensinou uma lição de vida?! Expliquem-me, como não gostar desta mulher?

Além dessas histórias e outras da sua jornada no mundo do showbiz, gostei muito da passagem onde ela conta que sempre sentiu dentro dela que não queria ter filhos. Que adora crianças mas que sempre achou que não era algo para ela...

Como na altura em que atingiu o estrelado e ficou mais famosa, para responder a perguntas relativamente a este tema, em vez de sentir o julgamento das pessoas, começou a dizer que simplesmente não conseguia ter crianças. Em parte era verdade mas não toda a verdade, fazendo-a sentir um pouco culpada. Mas como as pessoas se sentiam desconfortáveis com a conversa, então lá a deixaram em paz.

Acho que essa altura foi por volta dos anos 60 ou 70 e é incrível como passados mais de 50 anos, existe ainda esse julgamento. Felizmente nos dias de hoje fala-se mais, há um diálogo mais aberto sobre este assunto mas existe ainda uma grande pressão nas mulheres.

"Tens que casar. Tens que ter um filho. Só um filho? Estás a ser egoísta e a roubar o teu filho de um irmão ou irmã..." Entre outras coisas maravilhosas de se ouvir quando o povo sabe zero da tua vida mas gosta de mandar papaias para o ar qual macacos em plena arena no circo.

Que estava eu a dizer? Ah, sim. Adorei imenso deste audiobook! 

Conheciam este livro da cantora? Ou outro?

21 de setembro de 2022

O meu caderno não está vazio

 


Após receber um comentário a perguntar se eu estou desaparecida do blog, apercebi-me que tenho publicado no Instagram do Reino e não tenho complementado com posts aqui. Por isso vou fazer o esforço de publicar as minhas opiniões e outros textos aqui também, deixando apenas os wrap-ups mensais de leitura apenas no Instagram. 

Não larguei completamente o blog pois é algo que, depois de tantos anos, faz parte de mim. Os meus cadernos não estão vazios, simplesmente há coisas que estou a escrever que ainda vão demorar a vir à luz do dia. 

E vocês, por aí, como estão? 

15 de abril de 2022

O encanto dos retellings


 Acho que vocês já perceberam que eu adoro mitologia. O que é no mínimo engraçado porque não sou de todo religiosa... 

Para quem está confuso com esta frase, eu fiz um post há tempos a explicar as ramificações do folclore. Os mitos, são histórias de folclore com uma base religiosa, que muitas vezes são usados para explicar a natureza tanto do mundo ao nosso redor como também da natureza humana. 

Ou seja, muitos dos mitos foram escritos e são efectivamente parte tanto da nossa evolução e história da humanidade. O problema com o folclore é que muito teve por base a transmissão oral... Mitologia não foi diferente e muito do que foi passado para o papel, foi escrito, na sua maioria, por homens pela perspectiva masculina (depois traduzido por homens também) e que na altura que foi escrita podia não ser a total verdade mas com o passar das Eras e com a evolução dos mesmos mitos, foram-se afastando ainda mais das histórias verdadeiras. 

Por isso é que sentimos a perda da informação no culto feminino mas também da alteração de muitos mitos. A ânfora da Pandora tornou-se uma caixa. A romã da Eva tornou-se uma maçã. 

Ou até mesmo a Medusa que ao querer ser intocável, além de se ter tornado num monstro, homens criaram o desafio de quebrar a sua resistência e celebravam o quão perto conseguiam chegar. 

Aliás, se repararmos todos os detalhes destas histórias podem mudar, aparte do pormenor de ser sempre uma mulher representada com a sua mão na porta dos infernos, pronta para deixar todos os demónios e males entrar no nosso mundo. 

Mas quem sabe se Athena não gritou de fúria no dia da morte de Medusa? Se calhar ela queria vaporizar o homem que segurava a cabeça dela, como se de um troféu se tratasse. Se calhar os deuses queriam abrir a Terra e deixar que Gaia engolisse tudo, porque o mundo estava cheio de homens que se intitulavam de heróis por não respeitar limites e reclamando mulheres como prémios... 

Como disse o interessante dos mitos é ver o que a sociedade de há milhares de anos atrás acreditava e pensava. No entanto, é preocupante ver que esta narrativa ainda se mantém e que afinal, desde então, não evoluímos assim tanto. 

É por isso que adoro retellings. É como se estivéssemos finalmente a tomar controlo da nossa história, a forjar a verdadeira narrativa e a retomar aos ideais que talvez estavam apenas perdidos no tempo. Descobrimos que afinal os heróis tinham valores egocêntricos. Apercebemo-nos que certos vilões foram categorizados para preencher uma determinada narrativa.

Um retelling é uma brilhante maneira de repensarmos de como a história poderia ter sido, pois o limite é a imaginação humana!

Por isso, é que para sempre irei me captivar com as palavras "Era uma vez..."

25 de fevereiro de 2022

The Summoner's Cry (opinião SEM spoilers)

 



[Disclaimer: e-ARC provided by the author in exchange for an honest review (Portuguese)]

Se por acaso já leram o conto “Nobody Tricks the Trickster” da autora, então vão reconhecer o ambiente deste livro pois é no mesmo mundo e tem as mesmas personagens.

Em primeiro lugar, vou falar sobre a linguagem: inglês não é a língua materna tanto da autora como minha. Contudo, ambas partilhamos uma experiência de vida que é: somos emigrantes. Por isso mesmo, as minhas leituras acabam por ser maioritariamente inglês. Isto para dizer o quê? Não senti qualquer diferença no inglês da autora, do inglês de um nativo. O que é excelente!

Já tinha gostado da forma de escrita da Ana no conto que mencionei mas neste (pequeno) livro, deu para analisar ainda mais. Continua no estilo Dark Fantasy mas uma diferença que notei foi que, mais ou menos, na primeira parte do livro achei a escrita um pouco “cirúrgica”, não sei se foi de propósito para captar o leitor rapidamente ou se advém do background científico da autora. Não me cabe a mim julgar, apenas foi algo que reparei.

Até porque, verdade seja dita, a autora consegue, com o mistério adicionado nas páginas, a incentivar-nos a sempre saber mais. O que é óptimo para quem gosta de “fast-paced books”!

A autora (finalmente) expandiu o mundo onde existem witches, witch lords, summoners e humanos. Numa grande e interessante aventura em busca de um item importante, para combater uma Witch Queen e os seus demónios. Isto tudo numa ilha onde os locais têm como língua o português. Então a nossa língua e até mesmo cultura tem uma aparição neste livro, o que achei brutalíssimo! São poucos livros internacionais com qualquer menção à cultura portuguesa portanto é excelente que a autora tenha incluído isso.

Contudo, apesar de como este livro é um pouco maior, mesmo assim achei essencialmente pouco. Talvez porque gostei mesmo das personagens e do enredo? Muito provavelmente mas havia alturas em que achava que podíamos saber mais. Contudo e porém, se a autora fez isso com o intuito de num próximo livro nos dar ainda mais informação? Aceito. Pois de outra forma acho que tão poucas páginas, não fazem justiça à capacidade de escrita da autora, ao enredo e às personagens.

Em suma, recomendo a quem quer ler um livro relativamente pequeno, fast-paced, embebido em mistério, com elementos de Dark Fantasy, com um pequeno sprinkle de romance e personagens icónicas.


11 de fevereiro de 2022

Podcast do Demo

 


Para quem tem estado atento ao @geekicesdodemo  sabe que nesta segunda temporada tivemos toda uma conversa super interessante sobre Fantasia e Ficção Científica na Literatura com a @aoutramafalda. Inclusive, sobre o mercado editorial português e o ciclo vicioso que continua a acontecer. 

A perspectiva da @madalenansantos , primeiro como autora e depois editora, e ainda o vasto conhecimento e experiência do Luís Filipe Silva, fizeram imenso sentido para mim! 

Relativamente ao ciclo vicioso, esta conversa só corroborou um vídeo que a @thephoenixflight  fez, há algum tempo, que fala do que acontece quando os leitores perdem confiança nas editoras e quando as editoras, sendo empresas, têm que fazer dinheiro. E o Luís Filipe Silva relembra que isso poderá ter repercussões a longo prazo: o de se perder cada vez mais leitores da língua portuguesa. Já é algo em que tinha reparado, mas se calhar essas repercussões ainda não são notadas no grande plano ou para todas as pessoas, de momento...

A perspectiva da Madalena foi extremamente interessante porque, para mim que estou fora de Portugal, esclareceu muitas das minhas questões. Há algum tempo vi a conversa da @anareis.poweredbybooks  no #adagioinlibri, em que ela disse (e muito bem) que a escrita é como qualquer outra arte: é preciso praticar, rever e refazer. Contudo, em Portugal existe esta noção de que um escritor tem que escrever um livro à primeira, sem qualquer possibilidade de evolução e sem rever o seu trabalho. Talvez a experiência da Madalena esteja relacionada com a cultura do mundo da escrita que a Ana Reis falou? 

Tudo isto para dizer que, se ainda não ouviram a segunda temporada do @geekicesdodemo , o último episódio saiu esta semana e já podem ouvir tudo de enfiada!

14 de janeiro de 2022

Deliberações & Resoluções

 


Ora bem, é nesta altura em que o pessoal faz assim como que uma revista do ano que passou. Eu já me tinha deixado de tais carnavais, mas decidi fazer este ano, de uma maneira diferente...

É que fiquei com uma coisa na cabeça desde que pedi dicas para um mísero frasco e me disseram para fazer um frasco de gratidão. Esta ideia ressoou imenso comigo porque, nessa mesma semana, a minha psicóloga disse que tinha que começar a ser bem menos crítica comigo própria (é uma doença severa por estes lados) e uma maneira de o fazer, é contornando esses pensamentos com outros, do género: do que é que eu estou orgulhosa ou grata.

Por isso, em vez da "normal" revista ou apanhado do ano, vos convido a fazer mesmo. Não precisa de ser num frasco, não precisa de ser escrito num papel... Mas façam este exercício com vós mesmos.

Neste ano, eu estou orgulhosa por ter avançado com algo, que já está na minha cabeça há mais de 10 anos. Por não só ter tido a coragem para começar (mesmo quando tinha a minha voz interior a gritar, a dizer que eu não era capaz), como também me rodeei de pessoas que não só me apoiaram, como me motivaram a dar esse passo!

Estou orgulhosa por ter conseguido ver, quando a certo ponto me estava a sentir desmotivada, que afinal já tinha imenso feito e organizado do tal projecto. Bem mais do que pensava! Facilitando a longo prazo e mostrando-me que estava apenas a ser (outra vez) demasiado crítica de mim própria.

Estou grata pela disponibilidade que tive para o fazer. Porque eu não sou só a Soberana do Reino, sou também mulher, esposa, mãe, enfermeira, leitora... Estou grata pela sabedoria de saber que não chego para tudo e que é preciso saber colocar prioridades. Houve projectos, como o BookMedia, que tive que parar e, apesar de me sentir um pouco triste por o fazer, sei que é por uma boa causa: o meu bem-estar. And that's okay.

Sinto-me imensamente orgulhosa de quando recebi uma red flag de mim própria, em formato de ataque de pânico, de ter procurado ajuda profissional. Estou grata pela ajuda do meu local de trabalho nesse sentido porque percebem que estes dois anos foram severos para o staff.

Sinto-me grata por ter ficado com uma posição em que me permite fazer "awareness" aos meus colegas pois também eles podem estar a precisar de ajuda profissional.

Estou grata por ter conseguido ao final de mais de um ano ter viajado para Portugal, para estar com a família. Não só isso como estou para lá de grata com as amizades que fiz para a vida, pois algumas fizeram quilómetros e passaram o claustrofóbico túnel do Marão só para me ir ver! Esses abraços todos deram-me anos de vida!

Estou grata a todos os Deuses e mais alguns pela nossa saúde, não só cá de casa mas de toda a nossa família.

Estou orgulhosa de ter começado um projecto com uma pessoa que tem todo um intelecto concentrado numa embalagem travel size, "Words à la Carte". Esse projeto, o Geekices do Demo, é para colmatar algo que sempre senti: há muito pouco conteúdo dos mais diversos temas geeks... de uma perspectiva feminina. Estou grata pelos ouvintes que apoiam e pela Nuts for Paper, que se prontificou logo em fazer merch para nos oficializar!

Estou grata pelos bosques, atrás de nossa casa, que foram a minha companhia muitas vezes quando precisava de sair de casa e de estar na natureza.

Estou orgulhosa por tentar ser a melhor mãe para o meu Príncipe. E não consigo dizer muito mais because this is a work in progress...

Estou grata por não nos faltar nada e de ter o suficiente para conseguir doar a quem mais precisa ou para boas causas.

Estou orgulhosa por voltar a conseguir fazer planos para o futuro.

Estou orgulhosa pois consegui alcançar tanto este ano... Mais não seja ter ultrapassado por completo o meu Reading Challenge no Goodreads, mesmo quando a minha capacidade para ler não foi das melhores. Eu sei que os números não importam mas eu consigo ver como esteve a minha saúde mental pela quantidade de livros que li.

Estou imensamente orgulhosa por o ano estar apenas agora a começar e eu já ter toda uma maratona literária pronta, que estou a organizar com a minha querida e brutalíssima "A Outra Mafalda". 

E, por fim, estou orgulhosa de mim porque alcancei mais de 10 anos de blog. Por 3 anos aqui no blog e instagram, conseguindo manter publicações regulares. Grata, porque sei que isso vai mudar, mas não vou ficar triste por isso. Volta e meia irei aparecer na mesma, seja por algum devaneio, partilha fotográfica, uma review ou até mesmo um wrap-up! Irei aparecer mas não será agendado, será ao sabor do vento...

Feliz 2022! Que este ano seja repleto de aventuras, amor e muitas boas leituras! Que nunca vos falte recomendações de livros para ler e se faltar... leiam The Covenant, LoL.

Happy New Year!