30 de janeiro de 2021

É tudo muito folclórico...


Ora bem, agarrem uma cadeirinha e sentem-se, que este post vai ser assim um tanto quanto… longo. Isto porque estou sempre a dizer que adoro folclore, mitologias, lendas, etc., e apercebi-me que muita gente não sabe que são coisas ligeiramente diferentes. Por isso, aqui a vossa Soberana vai elucidar-vos sobre o assunto e, das duas, uma: ou vocês se aborrecem de morte com o que vou explicar ou então vão aprender a dar uns toques no assunto e as vossas leituras vão dar show de bola.

Vamos então começar pela base de tudo: o folclore.

Ora bem, o folclore é a coleção de histórias fictícias, que pertencem intrinsecamente à descrição de uma determinada cultura, e que foram passadas de geração em geração através da tradição oral.

Para quem gosta de analogias, imaginem que o folclore é um género literário, por exemplo, erótica. É daí que vem todo um conjunto de mitos, lendas e fábulas, que são como subgéneros, do tipo BDSM, gay, paranormal ou até mesmo monster erotica… Estão a perceber a cena, não estão?

Os mitos são, então, histórias de folclore com uma base religiosa. Podem conter criaturas fantásticas ou divindades, sim, mas existe fé ou todo um sistema de crença interligado à história a ser contada. Além de serem usados para explicar o mundo natural, os mitos podem, também conter algum fundamento histórico ou verídico. Vejam o caso da história da Arca de Noé, pois várias religiões/ mitologias contêm um mito de uma grande inundação, por isso, podemos assumir que houve, de facto, na História da Humanidade, um grande dilúvio em determinadas zonas e esta foi a maneira das pessoas registarem esse momento.

Contudo, algumas histórias, especialmente as lendas, podem ser erradamente consideradas mitos. Há toda uma linha que separa mito e lenda, mas essa linha é muito ténue. O elemento chave para se determinar “quem é quem” não é se tem óculos ou bigode, mas é se a história pertence a um sistema de crença ou não. Em caso afirmativo, a história em questão é um mito.

Provavelmente, metade do pessoal já adormeceu a ler até aqui, LoL. Aos que ainda aqui estão, vão fazer mais cházinho porque ainda só vou a meio, ok?

Como disse, lendas são bastante similares a mitos, contudo, as estas são histórias que têm uma fundação histórica. As figuras centrais nas lendas são pessoas que efectivamente existiram a certo ponto e a história foi evoluindo à sua volta, ao longo dos tempos. É basicamente como se fosse a “versão folclórica” da bisbilhotice, e como quem conta um conto acrescenta sempre um ponto, a coisa evoluía como se não houvesse amanhã.

No entanto, essas mesmas lendas eram usadas pelos povos de maneira a ensinar a História do seu país ou a sua própria cultura. Neste caso, um bom exemplo é o Rei Artur de Inglaterra, que criou toda uma secção de lendas arturianas.

E, para finalizarmos, antes que acabe o cházinho… Vamos falar então das as fábulas ou dos contos de fadas, aquelas histórias que têm alguma (ou muita) fantasia. Ele é animais que falam, unicórnios, dragões, fadas, duendes, gigantes, etc.

Este tipo de histórias geralmente contem uma moral, do género “respeita a tua família”, “não contes mentiras”, “não fales com estranhos”, entre muitas outras. E um exemplo perfeito são os contos de Grimm ou Anderson. O facto das obras destes autores terem sofrido alterações ao longo das décadas, deixo para a Nights do Words à lá Carte explicar, que até eu estou cansada agora.

Portanto, se chegaste até ao fim, és dos fortes e não só! Quiçá, também aprendeste algo de novo?


26 de janeiro de 2021

After I Do (opinião SEM spoilers)


“Isn’t it nice … once you’ve outgrown the ideas of what life should be and you just enjoy what it is.”

Como já referi várias vezes, estou numa demanda de ler todos os livros publicados da autora Taylor Jenkins Reid, contudo, mal comecei este livro e me apercebi da sua premissa... fiquei até com receio de o ler. Este livro li em conjunto com a Sam_Livralma, que foi excelente companhia por mais do que uma razão e já explico o porquê.

Portanto, a premissa do livro, mais uma vez algo banal talvez mas com o toque da autora, tornando-se uma leitura intensa. É então basicamente sobre um casal que já estão casados há mais de 11 anos e que sentem que a sua relação se deteriorou ao ponto de nem sequer se puderem ver à frente... Então tomam a decisão de ficar 1 ano afastados, sem se poder contactar para ver o que podem ou não fazer pelo seu casamento.

Foi só com esta premissa que até fiquei com receio de continuar a ler pois conhecendo a TJR como conheço até de momento, ela consegue pegar nas coisas da vida de forma tão realista, fazendo uma análise à emoção humana que nos destrói um pouco por dentro em certos casos. Neste caso, para alguém com relações longas, este livro vai-vos fazer muito mas mesmo muito sentido. Por isso é que a leitura em conjunto com a Sam foi uma mais valia pois ela também tem uma relação longa, então percebia tal como eu as várias nuances deste livro.

Eu já fui dizendo ao longo dos anos no Reino que uma pessoa apaixonar-se é fácil mas trabalhar numa relação é bem mais difícil. Neste livro essa máxima está ao expoente máximo e além disso, ao longo da leitura, reparo numa coisa que já tinha visto que é muito comum nas mulheres, que é não saberem existir fora da relação, ou seja, não se conhecem a si próprias e que o que está muito enraizado como exigência da sociedade, acabam depois por descobrir que não é bem assim.
O livro demonstra que é preciso "crescer" e adaptar as necessidades de um de de outro, numa relação, sem descurar a própria personalidade, interesses, paixões, etc.

Ou seja, numa mestria já habitual da TJR, a autora pegou num tema talvez até banal mas que na verdade precisa na verdade de ser abordado pois há muita gente que acredita no "felizes para sempre" e "amor e uma cabana", só que não é bem assim. Uma relação, mesmo com amor, precisa de desenvolvimento pois nós não permanecemos estáticos e por isto e muito mais, aconselho vivamente a lerem este romance mais maduro.


Audiobook: aconselho o livro neste formato pois a história é super fácil de acompanhar.

Review em vídeo: não se esqueçam de visitar o Instagram do Reino para verem a review em vídeo.

23 de janeiro de 2021

Livros Físicos vs. E-books: o duelo de titãs

 


Não, este post não vai ser apenas mais uma conversa para saber se preferem livros físicos ou e-books, na verdade, este post é para criar debate sobre a pegada ecológica dos livros. Acabou por ser talvez um pouco académico e um pouco extenso mas escrevi de maneira a seguirem o meu raciocínio por isso espero que achem, no mínimo, interessante.

Podemos pensar que os livros físicos não são muito bons para o ambiente, quando por ano são lançados milhões de livros, apenas considerando o uso extensivo de papel. Contudo, mesmo usando o argumento de que podem usar papel reciclado, temos que ter em consideração as toneladas de emissões de CO2 (dióxido de carbono) no processo.

Quanto aos e-books, supondo a que a pessoa possui um e-reader (ex: Kindle, Kobo, Nook…), podemos pensar que a pegada ecológica deste formato será menor. Contudo, temos na mesma que ter em consideração as emissões e materiais de produção para os tais e-readers. Em 2009 foi feito um estudo sobre esta mesma questão, tendo em consideração que um livro físico, comprado na livraria ou online, acaba na mesma, além do papel e emissões na sua produção, por utilizar também, com o seu transporte, combustíveis fósseis. Incluindo também aqueles que não são vendidos que fazem a viagem de regresso às editoras, que ou reciclam esses mesmos livros ou acabam na incineração.

Porém, os e-books só terão na verdade algum impacto positivo no ambiente se as editoras reduzirem os números de livros físicos produzidos. Gostaria de deixar uma “curiosidade” partilhada tanto pela A Outra Mafalda como a The Daily Miacis, que papel reciclado para ser branqueado leva lixívia e químicos tóxicos que depois têm que ir para algum lado, não é? Ou seja, mesmo papel reciclado tem um grande impacto ambiental. A economia verde tem ainda muito que se lhe diga, pelas técnicas de marketing de preocupação ambiental mas isso é todo um outro assunto.

Relativamente a números, o estudo revelou que 3 e-books por mês por 4 anos (144 livros no total se quiserem uma matemática assim rapidinha) produziu 168 Kg de CO2 considerando o e-reader em si também, enquanto que o mesmo número de livros mas em formato físico produziu 1074Kg de CO2.

Vendo assim só com estes números, a diferença é de facto astronómica e a situação bem clara. Só que temos que ter de facto em consideração que componentes electrónicos são notórios por conterem alguns materiais tóxicos nos seus circuitos. Porém, mais e mais produtores de electrónicos estão a tentar combater isto e até em 2009, a Sony revelava que o seu e-reader não tinha qualquer tipo de materiais tóxicos. Mesmo não tendo, temos então em consideração o impacto da sua produção por si só.

A grande diferença é que depois o impacto dos e-books é quase zero para o ambiente, além de que o aparelho em si dura imenso tempo (em tom pessoal, o meu Kindle tem quase 8 anos e está aqui para as curvas). Analistas independentes colocaram como total da produção de CO2 de um Kindle de 168Kg, ou seja, após a leitura do 23º livro, o Kindle fica a ganhar no que toca à pegada ecológica, comparativamente ao mesmo número de livros mas em formato físico.

Outro ponto que temos que ter em consideração, que não era o caso em 2009. É prática comum qualquer pessoa ter um smartphone e muita gente tem tablets, juntamente com as aplicações do género da Amazon Kindle ou Apple iBooks, uma pessoa pode efectivamente ler num smart device que não é utilizado somente para ler livros como os e-readers.

Em 2013 a Amazon revelou que para cada 100 livros físicos, 114 e-books foram vendidos (ambos no site), mostrando de facto que lentamente estamos a caminhar de leitura impressa para leitura digital. Calma! Não atirem já pedras! Não estou a dizer que tão cedo os livros físicos vão ficar obsoletos ou desaparecer por completo mas a verdade é que com estes estudos vê-mos que para no mercado editorial haver um impacto significativo no ambiente, convém alterarmos um pouco os nossos hábitos de leitura.

Em específico para o mercado editorial português seria uma benesse pois maioritariamente fãs de fantasia vêem colecções a ficarem a meio ou apenas o primeiro livro a ser editado, pois a sua produção provavelmente não justifica os gastos… isto seria talvez colmatado se houvesse um mercado electrónico mais presente em Portugal pois os custos da sua produção caiam drasticamente.

Com este post, eu não estou aqui a dizer-vos como devem tratar das vossas leituras mas ainda vejo por alguma razão, ainda um pouco de preconceito relativamente a e-readers em Portugal. E que na verdade seriam talvez uma solução não só a nível ambiental mas também talvez para o mercado editorial.

Cada vez mais há uma maior consciência para diminuirmos o nosso impacto para este nosso planeta fantástico, que pode passar por imensas coisas desde pequenas mudanças alimentares a reciclar ao máximo o nosso lixo doméstico.

Contudo e porém, ajudar o ambiente ou diminuir a nossa pegada ecológica não passa apenas por comprar um e-reader ou ler e-books (até porque não tenho comissão para tal coisa… seria bom mas não tenho, LoL), outras formas de ajudar seria dar cada vez mais uso às bibliotecas municipais ou até mesmo na compra de livros em segunda mão que poderiam ir para o lixo ou para a incineração.

Por isso, depois disto tudo, qual consideram ser a melhor forma de combater o desperdício de recursos, especificamente, na literatura ou mercado editorial?

 

16 de janeiro de 2021

Throwback Literário

 


Para este ano vou começar algo novo... como tenho publicado as minhas opiniões também em vídeo, sinto que as minhas opiniões em formato escrito estão a passar um pouco despercebidas.

Por isso, decidi juntamente com os meus já esporádicos throwbacks de publicações antigas, pensei em fazer Throwbacks Literários!

O que me levou, claro, a ler as minhas opiniões antigas e como já disse antes, adoro ver a minha evolução, ver o meu percurso e no quanto eu melhorei a fazer as minhas reviews. Contudo quero também apresentar-vos opiniões em condições, como eu tento fazer agora, por isso juntamente aos posts originais vou acrescentar um update, LoL.

O que acham? E agora para o pessoal do bookmedia: se forem ver as vossas publicações antigas (tanto posts, fotos, vídeos, episódios, etc) notariam alguma diferença? Qual?

9 de janeiro de 2021

Planos Livrólicos 2021

 


Apesar de obviamente não ler puramente pelos números, o Goodreads Reading Challenge ao longo dos anos tornou-se como que um barómetro de como corria o ano. Eu quando cheguei ao final do ano nem queria acreditar que tinha lido 70 livros!

Como assim neste ano super desafiante, em que a minha saúde mental levou assim um bocado de porrada, eu consegui ler mais que os 52 livros que me tinha estipulado a ler? Tenho que admitir que as leituras conjuntas me ajudaram imenso, ou seja, pessoas desta comunidade fantástica a incentivarem-me ou simplesmente a me ouvirem quando precisava de desabafar.

Quando dizemos que o melhor dos livros são as pessoas, é mesmo verdade!

Portanto, decidi colocar como objectivo de 2021, novamente, ler 52 livros. Alguns de vocês pensam que esse número não é nada, outros pensam que é um projecto jeitoso... A realidade é que o verdadeiro desafio para 2021, e preparem-se: vai ser ler o que tenho nas estantes, LoL.

Pode parecer fácil mas estando nesta comunidade, com tantas recomendações fantásticas, é difícil manter esse plano. Como já sabem eu não sou de fazer TBR's ou lista de livros para ser seguida à risca. Mas para 2021, tenho toda uma TBR de leituras conjuntas mas além disso vou tentar não sair também da lista de livros que estão na minha estante.

Rezem por mim. Quais são os vossos planos livrólicos para este novo ano?

P.S. - pronto vá, podem-se rir que eu deixo, LoL. 


2 de janeiro de 2021

Balanço

 


Normalmente no primeiro post do ano tendo a fazer um balanço do ano tendo a fazer um balanço do ano anterior, o que aprendi de bom ou de mau e as minhas promessas para o novo ano pela frente. O problema é que 2020 foi um ano difícil em todos os campos: pessoal, profissional..

Então qual é efectivamente o balanço de 2020? Que aprendi que mesmo isolada em minha casa, não estou sozinha, tenho família e amigos fantásticos, além desta comunidade brutal! É mesmo muito reconfortante.

Aprendi a aproveitar todos os momentos, com aqueles que amo. Aprendi a colocar a minha saúde mental em primeiro lugar. E aprendi muitas mais coisas... mas essencialmente aprendi que sou mais forte do que penso. E vocês também!

Por isso vamos nos agarrar a esta força e à nossa resiliência para entrar com o pé direito em 2021!


Feliz Ano Novo, meus queridos súbditos!