Como será que as pessoas têm imaginação para escrever as inúmeras histórias de amor? Com direito a cartas piegas, gestos românticos e paixões ardentes...
Mas como é possível escrever algo assim, tão íntimo e tão palpável e tocar no âmago de tantas pessoas? Não temos supostamente uma diferente definição de amor? O que é amor para mim, pode não ser amor para outra. E porque será que toda a gente escreve sobre encontrar o amor e não como mantê-lo? Para ambos, será que o amor chega? Ou o sentido de amor é igual para homens e mulheres?
Com tantas variáveis, como é possível elaborar uma história que afecte emocionalmente (e por vezes psicologicamente) inúmeras pessoas? Será uma das hipóteses de todos nós procurarmos o amor, independentemente do que isso seja? Aceitámos então conformados a definição de amor que nos oferecem e bombardeiam. Como, por exemplo, os contos de fadas. Obviamente fantasia e ficção mas, no entanto, transmitimos essas histórias de geração em geração. Os pais contaram a história da Cinderela e os filhos irão contar a mesma história aos seus próprios filhos. Quem diz a Cinderela diz Bela Adormecida, Rapunzel, Branca de Neve, etc. Uma coisa em comum que se repara nessas histórias é que o príncipe, a epítome de homem perfeito, magicamente aparece, salva a donzela em apuros e são "felizes para sempre". Será por causa da tão popular aparição do príncipe encantado, que muita mulher hoje em dia espera que o amor caia do céu?
É difícil. Não há descrição fiel possível... E, no entanto, como é que os escritores conseguem? Talvez como os contos de fadas, essas histórias de amor são apenas um reflexo do que nós queremos que seja o amor: encontrar a nossa alma gémea e sermos "felizes para sempre". Então, no fundo então somos egoístas, queremos é alguém com quem passar o "para sempre" e outra coisa que não nos contam é que não existe "felizes para sempre" porque não há só Verão num ano, há também Invernos que podem ser bem escuros que nos fazem questionar tudo e sofremos mas, o que é certo, é que há momentos bons, um Verão bem quente, ou seja, há de tudo.
Talvez com "felizes para sempre" implique felicidade no equilíbrio... Então o amor é apenas uma miragem de como queremos que seja a nossa vida, um malabarismo entre a escuridão e a luz mas que no final, vejamos apenas luz pois a escuridão apareceu apenas para valorizarmos cada raiar ou luminosidade!